Muitos fatores determinam uma boa gravação: equipamentos, instrumentos, isolamento acústico, músicos, DAW, computador, estado de espírito. Porém numa mixagem o fator que mais conta para o engenheiro de som é resolver os problemas de “mascaramento acústico” e isso se deve a 5 conhecidos fatores: limpeza de som, volume, panorama, equalização e compressão. Ontem aqui na minha cidade havia um rodeio. Esse rodeio ficava há 5 km da minha casa, mas como moro num morro ouvia perfeitamente. Um dos fatores que me chamou a atenção foi diferença entre os graves e as frequências mais agudas que vou detalhar melhor. Escutando uma música, no fundo havia um som de bumbo (aquele característico de música eletrônica do tipo tum – tum – tum – tum) gerado por falantes de 18. A freqüência desse bumbo provavelmente era de 30 Hz a uns 150 Hz. No meio desse som havia uma pessoa falando entre 200 Hz a 1.5 kHz e o que notava é que o bumbo apesar de mais grave, estava soando mais alto que a fala. Em seguida começou a música e a voz de uma mulher cantando que provavelmente estava em 250 Hz a 7.5 kHz e meu deu um susto: de repente aquele som “médio grave” virou num som agudo, como se alguém tivesse aberto na mesa de som o médio. Isso acontece justamente porque a função do equalizador é dar dinâmica ao som e por mais que muita gente “brigue” o que abre o som é justamente a combinação de 1.2 kHz a 8 kHz com atuação em 400 – 900 Hz. Quem faz gravações tenta reproduzir ao máximo o som natural, para dar sensação ao ouvinte que o artista está em casa cantando para ele. Pra mim um dos maiores erros que um estúdio pode cometer é não avisar ao cliente que uma mixagem exige paciência pois cada música é um caso e por mais que a pessoa que a mixe seja “experiente” detalhes podem passar despercebidos. Novamente digo que em “grandes estúdios” é muito difícil isso acontecer porque há uma equipe para isso, porém a coisa que mais aconselho o pessoal estudar é como abrir seu som e única maneira de abri –lo é com a equalização. O pior desafio é que como são pouco que podem contar com conversores análogos e digitais além de equipamentos caros para isso, é deixar o som aberto em qualquer caixa de som. Abaixo coloco uma dica muito útil que traduzi de um livro sobre mixagem que realmente funciona.
A) Aumente ou corte com um volume moderado (8 ou 10 Db)
B) Varra as freqüências até que você ache uma freqüência onde o som que tenha se encaixe na caixa com definição.
C) Ajust a quantidade de corte a gosto. Cuidado pois cortes profundos enfraquecem o som.
D) Você pode acrescentar um ponto onde o som parta de 0 Db ou mais até atingir as frequancias médias (1 kHz a 4 kHz)
E) Pode se acrescentar um som estalado acrescentando quantidades nas frequencias agudas (5 kHz a 10 kHz)
F) Nas freqüências de 10 a 15 kHz pode se acrescentar um efeito de ar.
ATENÇÃO: Primeiro tente cortar, nunca aumentar. O aumento interfere direto na cor e nas fases do som.
Um método alternativo
1) Comece tudo em Flat (todos as freqüências iguais), remova a o final das freqüências graves com um controle de freqüência (diminuindo as mesmas com low self) ou um brickwall.
2) Feito isso, use o resto do EQ para timbrar as freqüências médias a é o som ficar distinto.
3) Use um controle de freqüências de médios graves para tentar dar corpo ao som.
4) Bem devagar traga o som das freqüências graves até o voltar o normal (cancele os cortes das mesmas)
5) Acrescente as freqüências agudas se precisar de definição.
Não deixe de ler no blog de Dennis Zasnicoff sobre plugins!
Abraços!
Nenhum comentário:
Postar um comentário