O ser humano é um bicho “bem ansioso”. Todos nós (até mesmo os mais controlados) temos uma ansiedade de querer ver tudo pronto. Que bom seria se ao criar e compor uma música, logo que você a finalizasse aparecesse um CD com ela pronta, gravada, mixada e masterizada! Mas por outro lado, qual seria a graça de fazer uma música? Se fosse assim qualquer um teria talento para isso!
Por isso ao produzir um CD, o desafio mais chato é tentar convencer os músicos que para uma gravação ficar boa “nem tudo é uma questão de ouvido”, por um simples motivo: Quem é baterista vai querer destaque na bateria, quem é baixista vai querer mais destaque ao baixo, quem é guitarrista vai querer destaque na guitarra, quem é vocalista vai querer destaque no vocal e assim por diante. Em outras palavras: quem toca um instrumento quer que seu instrumento esteja em destaque! A maioria dos músicos se apegam aos detalhes de timbre e desempenho (que geralmente é feito com ouvido e com a emoção) que é praticamente 70% de uma gravação, porém muita vezes uma música ou CD morre por causa dos outros 30%. Por isso é que quando alguém vem dizer que “tudo se baseia em ouvido” é meia verdade. O ouvido é 80% mas os outros 20% são fatores bem decisivos numa gravação. Como um exemplo vou citar um dos erros mais comuns numa música: a falta de campo estéreo. (clique nas figuras para ampliar)
Figura 1 mostra o que mais se ouve na maioria das gravações e isso acontece quando o pessoal se preocupa mais com timbre do que colocar os instrumentos no seu lugar correto pelo “campo estéreo”, o resultado é uma mixagem “magra” e quase mono. Com esse tipo de “mixagem” fica quase impraticável tentar aumentar o som com um compressor ou limiter.
A Figura 2 é o que mais há de comum quando se grava usando o “ouvido” e não querendo saber de posicionamento estéreo. O músico vai espalhar os instrumentos justamente porque “seu ouvido vai pedir isso” e não porque entende como funciona um “mascaramento acústico”, porém na hora de finalizar, se não for gravado num bom equipamento, provavelmente não soará alto e decente.
A Figura 3 é o que a gente ouve na maioria dos trabalhos bem gravados. O instrumentos estão bem espalhados no lado esquerdo e direito, seguindo a tradicional posição de banda ao vivo. Aqui não há problema algum em tentar aumentar o som, pois se tudo estiver no local, tudo saíra com naturalidade.
A figura 4 mostra que tentaram espalhar os instrumentos pelo campo estero, mas o resultado foi desastroso. Geralmente isso indica que tudo está “fora de fase”, mas muitas músicas famosas “new age” tem esse tipo de posicionamento, porém soam medianas e não altas.
Agora, essa figura a direita. geralmente é feita pelo mestres. Pra entender vamos escutar a música guitarrista da guitarrista Orianthi, According To You. Ao escutar o video (abaixo) você vai perceber que enquanto a voz está no meio junto com o baixo e o kick, do lado esquerdo há as outras peças da bateria e primeira guitarra, do lado direito há o resto das peças da baterias, os backing vocals e a 2º guitarra. Na hora do solo, sai a voz e entra a guitarra. Perfeito!
Você sabia que muitas músicas eram ruins, e ao colocar em seu lugar no Campo estéreo viraram hits? Muitas vezes quando um música “não soa na cara” é o posicionamento do pan, e não uma questão de volume ou compressão!
Abraços!
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