Uma das dúvidas mais frequentes para quem grava é não entender porque sua música não “soa na cara” como um música comercial. Daí pra isso vão falar o velho assunto de sempre: porque precisa de equipamento, porque precisa de engenheiro de som, porque precisa de processo, porque isso e porque aquilo. Porém, a maioria de nós que não pode contar com isso tem que dar um jeito pra fazer seu som soar na cara ou próximo dela. Fora o que já foi falado (equalização, efeitos, compressão) vamos falar sobre a reflexão do som. Todo ambiente (até os tratados) possue um “reverb natural”. Esse reverb causa reflexão no nosso som. Então provavelmente alguém irá lhe dizer: “ambientes tratados são mais fáceis de manipular”, vamos a comparação.
A figura A mostra a maioria dos estúdios caseiros e pequenos estúdios. Não há tratamentos de reflexão e nossa gravação (somente quando usamos microfone) é bombardeada pelo reverb natural da mesma. Isso quer dizer, que se passarmos um reverb numa gravação realizada em um ambiente assim, poderemos ter um “exagero” de reverberação.
A figura B mostra um ambiente tratado. Aqui ele foi planejado para ter o mínimo de reflexão e não ter problemas em passar efeitos. Porém dependendo como ele foi construído ele pode puxar “as freqüências” primárias dos instrumentos e da voz, e pode ser bem mais difícil de tratar o som.
Porém lendo muitos livros sobre o assunto uma coisa que vejo que “deixar” o som na cara vai mais do tratamento do áudio do que a gravação (isso não quer dizer que qualquer equipamento vai soar bom, apenas que tudo precisa ser tratado, não há como pular essa etapa). Como explicar por exemplo que muitos conjuntos famosos fizeram gravações maravilhosas em ginásios, teatros e até igrejas? O objetivo final de uma gravação é atingir o ouvinte e deixar a mesma clara. Vamos analisar abaixo como esses três tipos de gravação bem comuns:
Som gravado ao vivo
Todo mundo quando vai fazer uma gravação bem “primária” faz geralmente (se não tiver conhecimento) assim: irá colocar um microfone ou mais pelos cantos da “sala” (ou onde estiver tocando) e irá gravar. O resultado? Mesmo fazendo um tratamento, parece que todos estão “espremidos dentro de um banheiro”.
Som gravado sem tratamento
Maioria dos músicos faz uma gravação, mesmo separada pista por pista, às vezes com bons equipamentos, mas não tratar a mesma. Quando há um resultado bom geralmente é por duas coisas: ou é porque a pessoa que gravou conhece ou é sorte! Porque temos a mania de achar que somente “fazendo” as regulagens “primárias” da gravação o som irá ficar bom. Nesse caso o som sempre “parece abafado”.
Som tratado
Com o som tratado é diferente. A gravação soa alto, clara e parece que estamos ouvindo a banda na nossa frente. Esse é o resultado dos 3 trabalhos da gravação: a gravação, a mixagem e a masterização (ou às vezes nem isso).
Lembre-se: a nossa intenção quando gravamos não é deixar o “som como se fosse ao vivo” e sim tratar o mesmo de tal maneira que podemos compreende – lo e curtir. Muitas vezes a ansiedade nos atrapalha assim como a falta de tempo. Concentre sempre em ter um bom resultado antes de expor o mesmo.
Boas gravações!
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