Em época de eleição costuma ser uma época bem feliz para quem grava, porém quando se tem nome no mercado. Para os que não tem cabe duas decisões a tomar: aceitar a merreca que irão te pagar ou a experiência. Não é fácil ganhar dinheiro com a música, não importa qual seja a área, por isso que sempre estudamos para “atiçar” nossa criatividade e fazer com não sejamos iguais aos outros. Conheço um monte de músicos que tem mania de comprar o melhor computador, a melhor placa de som, os melhores equipamentos de entrada (compressor, crossover, equalizador) fazer gravações excelentes quando os instrumentos são separados e o resultado final decepcionante e mesmo assim acham que suas gravações valem R$1000,00. Por outro lado, que tem uns com equipamentos mais simples fazem ótimas gravações e sentem envergonhados em cobrar R$ 200,00 porque acham que se tivessem um equipamento melhor fariam milagres. Essa é mais uma das “síndromes do Brasil”: querem comer sushi pagando preço de rollmops. Quando tocava na noite, havia bares que não estavam importando com a “qualidade da banda” e sim com o equipamento que ela tinha. Ou seja, se você tivesse um equipamento de R$ 500,00 o bar pagaria o mesmo cachê se você tivesse um equipamento de R$5000,00.
O que vai definir o seu preço? Mais que o equipamento, a qualidade da gravação e da mixagem. O pior problema para que tem um equipamento simples sempre será a “o volume final” porque precisamos de um conversor A/D para isso funcionar direito. Mas enquanto isso, vale a pena vender? Essa é uma pergunta que cabe você responder. Vou contar uma história bem interessante:
Tenho amigo meu que trabalha em 2 estúdios em Porto Alegre – RS além de ter seu próprio em Canoas – RS. Seu estúdio é pequeno mas produz ótimos trabalhos e sabem como ele conseguiu o dinheiro pra ele comprar a maioria do seu equipamento?
O ano era 2004, era época de eleger prefeitos. Ele tinha naquela época algo considerado bem simples: um computador Pentium 3, uma Creative Audigy, um microfone Behringer B-1, compressor, equalizador, mesa de som e acabou! Então ele saiu vendendo seus jinges e alguns candidatos compraram. Ele cobrou caro e garantia o resultado. Como seu equipamento era simples o que ele fez: chamou um amigo meu que é tecladista, outro que era guitarrista e baixista e ele tocou bateria. Para a voz, usaram o truque de gravação mais manjado: os três cantavam o jinge e depois tacavam auto tune em cima para “limar” as imperfeições (todos são músicos estudados e possuem instrumentos de primeira linha). Porém esse meu amigo é um mestre em resolver “conflitos de mascaramento acústico” e “conflitos de frequências” (inclusive dá aula sobre isso e escreveu um livro sobre o assunto) e mesmo com um simples equipamento conseguiu o resultado que muitas pessoas não conseguem com um ótimo equipamento. Com essas gravações conseguiu comprar um equipamento melhor para seu pequeno estúdio.
E o por quê? Você nunca irá fazer um bom trabalho sem saber o que se pode cortar ou aumentar. Pra mim a maior abobrinha que alguém pode me dizer é que uma gravação “depende só do ouvido” (os que fazem isso geralmente se dão mal). Quando alguém diz isso, eu só digo: pegue um brickwall coloque o mesmo de 20 Hz a 80 Hz usando duas gravações ao mesmo tempo e me diga o que está mais alto e o que está mais baixo nelas. Sem um analisador de espectro? Somente alguém com anos de gravação ou com um ouvido privilegiado saberá dizer porque essa é a parte “sub grave” de um música onde apenas sentimos a pulsação da gravação.
Lembre –se sempre dessa regra: música dedicação, estudo, ouvido e sentimento. Quem tiver isso, irá ter sucesso!
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