Salve! Quem reclamou, está de volta a postagem! Como Gravei Vida Normal. Essa música é legal avaliar pois é uma gravação recente e levei mais de 3 meses para mixar. Toda vez que colocava ela no “ar” alguém comentava algo de errado e isso foi muito bom, para refletir o que estava de errado na música. Agradeço a Leonice Vacari (minha produtora), Julia Dantas, Erler, Adriano (Baratazul) e Diego Boni (Eletro Harmônicos) por me auxiliar no erros. Ao contrário das outras músicas, se você quiser ver o resultado final, vá o final da postagem, lá eu explico porque não está no início da postagem a música.
Vamos as estapas
1.Gravação
Pra começar, tudo aqui foi usado samples. Porém, baixei um plugin de VSTi gratuito que gera samples (no estilo Kontank), aqui novamente usei Midi gerenciado por VSTi.
Sempre no máster um equalizador paramétrico com high self + 2 dB a partir de 2 kHz (isso foi para todas as pistas) e cortava com as freqüências que podiam dar problemas (geralmente abaixo de 100 Hz, 80 Hz, 50 Hz e 40 Hz). A tendência aqui é: “aumentar nas partes altas e diminuir nas baixas”. Porém, não tente “acertar” a equalização, deixe para mixagem.
Bateria: Meu primo André (também é músico) tinha gravado pra mim um DVD com kits de bateria. Nesse kit havia um bem interessante chamado General MIDI – acústico, usei esse kit, . A gravação do kit foi assim: Bumbo, caixa, percussão: Mono
Tons, pratos e xipo: Estéreo
Baixo: Usei um SF2 (sound font) de um “Fender Jazz man”. Novamente, a gravação foi em mono.
Pad: Sample de Hard Trance com arpejo. fazendo um sistema simples de arpejos: tonica – terceira quinta.
Strings: Um sample de alguma tipo de strings.
Brass: Para o Brass, tentei várias coisas, no final fui na casa de um amigo meu e fiz um sample do timbre “Brass” (sessão de sopro) do seu Korg Trinity.
Guitarra: desde 2003 toco com uma Yamaha Pacifica e desde 2005 toco com uma Tagima 735 com captadores Dimarzio. Gravei com um wah a guitara pacifica e as guitarras drive com distorção com a tagima. Direto de uma Vamp simulando Roland Jazz Chorus e Soldano.
Voz: A primeira vez que gravei, usei a vamp, porém a voz ficou confusa. Na segunda vez gravei tudo direto, apenas usando MIC 100 para amplificar um microfone B-1.
2.Mixagem
Diferente das outra vezes, queria deixar a música aqui respirar. Porém queria deixar ela alta.
Vamos as pistas (tracks)
1.Bateria: Refiz no mínimo umas 10 vezes o bumbo (kick), porque ele estava sem “energia”. Tentei de tudo: cortei em 50 Hz, dei um low self a partir de 200 Hz, aumentei com Q em 5 kHz, no fim o que resolveu: gravar em mono, cortar abaixo de 30 Hz, cortar tudo entre 150 Hz e 4 kHz e dar um high self a partir de 5 kHz. Para caixa, usei um som bem “seco”, cortei tudo abaixo de 150 Hz, +2 dB em 200 – 350 Hz, tudo flat o restante. Para os tons usei a equalização da caixa, mas cortei tudo abaixo de 80 Hz por causa do surdo. Os pratos e xipo foram o corte de tudo abaixo 500 Hz e deixar flat perto de 1 kHz. Percussão, tudo flat, apenas um corte de tudo abaixo de 120 Hz.
2.Baixo: como sempre comento: um baixo sintetizado não é um baixo de verdade, porém sempre tente equalizar como se fosse um baixo real. Ou seja, cortar tudo abaixo de 30 Hz (detalhe importante: o baixo é mais grave que o bumbo, por isso corte sempre o baixo em 30 Hz e o kick entre 40 – 50 Hz). Coloquei um efeito “flanger” bem leve para criar uma camada.
3.Pad: Uma das minhas assinaturas é colocar algo synth nas músicas. Dessa vez coloquei um “pad hard trance” e só aparece nos refrões e no solo, por simples detalhe: ocupa muito espaço estéreo. Por isso, cortei tudo abaixo de 150 Hz, - 2 dB entre 300 Hz e 2 kHz e um helf self com - 4 dB a partir de 2.5 kHz (para deixar a música respirar).
4.Strings: Como o Pad, Strings também ocupam bastante freqüência no campo estéreo. Por isso, elas só aparecem na introdução, refrões e no final. cortei tudo abaixo de 200 Hz, - 2 dB entre 300 Hz e 1 kHz e um helf self com - 2 dB a partir de 1.5 kHz (para deixar a música respirar).
5.Brass (sopro): como o baixo é outra coisa complicada: como fazer um sopro de teclado soar como um sopro real? Bom, como toquei piston, trambone e bombardino eu levo pelo seguinte: imitar a respiração humana. Seja usando notas fracas ou fortes, truques de volume, auto tune e até trêmulo. Aumentei +2 dB entre 200 – 400 Hz, deixei flat até que 5.1 kHz aumentei com um high self +1 dB. Cortei tudo abaixo de 100 Hz e acima de 10 kHz.
6.Guitarra Wah: Essa guitarra foi gravada com a pacifica, usando um Wah Onner Cry baby e a vamp simulando um Roland Jazz Chorus. O som ficou parecido com uma Stratocaster.
7 e 8. Guitarra Drive: Com a Tagima, a primeira vez que gravei essa música era só uma guitarra. Porém eu estava escutando “Acording to you” e fiz que a guitarrista espalha sua guitarra pelo panorama. Isso é muito usado no hard rock americano. Eu fiz a mesma coisa: gravei uma guitarra seca no lado esquerdo e uma guitarra do lado direito com reverb e delay (500 ms). Para duas a mesma equalização: cortar tudo abaixo de 84 Hz, um aumento de + 6 dB entre 200 – 350 Hz, um buraco de – 2 dB entre 400 Hz e 800 Hz e +1 dB entre 1 a 3 kHz. Depois disso tudo flat. Obs: tenha cuidado com os aumentos exagerados! Sempre vá com calma.
9 e 10. Solo Guitarra: Idem a guitarra drive, porém a equalização: de 84 Hz, um aumento de + 1 dB entre 200 – 350 Hz, um buraco de – 0.5 dB entre 400 Hz e 800, +2 dB entre 1 a 2 kHz e um aumento de +3 dB em 5 kHz (cuidado: aqui o som da guitarra pode se tornar fuzzy)
11 a 12.Voz: a voz foi complicado, por isso nem vou dizer o problema, vou dar logo a solução: cortei tudo abaixo de 150 Hz, + 2 dB entre 200 – 300 Hz e um exagero de high self de +6 dB após 2 kHz. Novamente aviso, aumentos exagerados precisam de cuidado! O reverb aqui passei no máster. Continue lendo
3. Campo estéreo (Panorama)
Nota: 0 (totalmente na esquerda), 64 (meio/centro) e 127 (totalmente esquerda).
Uma dica sobre o volume: quando você não consegue acertar um volume, mexa em outros valores que dão ganho como o equalizador e o compressor. A maioria das vezes resolve.
1.bateria (completa)
Pan: bumbo meio, caixa meio, percussão 30, Volume (com a bateria completa): - 1.2 dB. (obs: o bumbo e a caixa estão no mesmo volume).
Um truque para fazer uma boa virada: sempre coloque os mesmos no panorama como se fosse na bateria ou seja: caixa esquerda pan 15, tom (1) 45, tom (2) 70 e surdo 90 (no caso uma bateria simples). O xipo no meio O prato de condução (ride) está na esquerda e o prato de ataque (crash) está na direita.
2.Baixo
Pan: centro
Volume: - 4 dB
3.Pad
Pan: centro
Volume: - 6 dB
4.Strings
Pan: 70
Volume: - 8 dB
5.Sopro (brass)
Pan: Centro
Volume: - 4 dB (com variação de – 12 dB)
6.Guitarra Wah
Pan: 65
Volume: - 3 db
7 e 8.Guitarra Drive
Pan: uma em 0 e a outra em 90
Volume: - 2 dB
9 e 10. Solo Guitar 1
Pan: uma em 10 e outra em 80
Volume: - 1db (igual o da voz)
11 e 12.Voz
Pan: uma em 40 e outra em 70
Volume: - 1db
4.Masterização
Músicas referencias: Acording to you, Minha Alma, Indagação.
Eis o resultado final:
Essa versão está “alta” e com bastante densidade, se você estiver escutando em caixa de que 150 Hz – 18 kHz (padrão de computador) verá que os falantes das mesmas parecem que vão pular para fora da caixa.
Agora essa versão “com compressor multibanda”. Como estava forte demais para pequenas caixas, reduzi as freqüências de 50 a 200 Hz, 1 a 3 kHz e 8 a 18 kHz, não muda muito em um som normal, mas muda em caixas de computador.
Aqui como o master não estava dando certo, fiz um pré – máster: coverti tudo em pistas: bateria e baixo, ritmo, solo e sopro e voz. Aumentei e cortei onde precisava no “tiny box” 400 – 800 Hz e aqui coloquei o reverb onde precisava, todos com decay em 500 ms ou 250 ms que equivale a semínima e colcheia de 120 BPM. Reverb (decay) e Delay (delay time) criam reforço no sinal quando se coloca o tempo da música neles. Leia aqui sobre isso. Não fiz um máster, porque ao passar para o CD a música se ajeitou, e uma masterização nesse caso só pioraria do melhoraria.
Dúvidas?
Mande as para www.palcokh@yahoo.com.br
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