Um dos primeiros trabalhos que fiz em estúdio foi converter áudio de CDs, Discos de Vinil e Fitas Cassetes e isso era em 2001 onde era muito mais complicado do que hoje em dia!
Como uma leitora do blog me pediu dicas sobre isso (direto no meu e-mail) e as respondi, hoje resolvi fazer uma postagem mais detalhada sobre assunto para ajudar você que quer se "aventurar" a tentar restaurar um áudio!
1)Restauração ou Conversão?
Quando você pega um CD, Vinil ou Fita Cassete e extrai diretamente o mesmo para um arquivo de áudio sem modificar ou mexer em suas características originais (como volume, tempo ou tom) e não passe nenhum efeito para "filtrar" impurezas (como barulhos de fundos) você fez uma conversão.
Agora, se você faz o mesmo processo mas limpa os "ruídos" do aúdio, faz uns ajustes no tempo, muda o tom ou coloca alguns efeitos para "limpar o mesmo" daí você está fazendo uma restauração. Mas isso não é uma "remasterização" que consiste em pegar as pistas originais da música, limpar uma por uma, e dar uma nova característica a mesma sem mudar a dinâmica original.
2)99% das restaurações de Áudio não dão certo 100%!
Parece confuso mais trocando em miúdos, a maioria das restaurações de áudio não ficam boas.
Isso porque quando há "clipes", "ranhuras" ou "danos na superfície" do CD/DVD/Blue Ray, se extrairmos os áudio e dermos ZOOM onde o som "pula", você irá ver que há uma "quebra na onda" e quando acontece isso mesmo resolvendo "manualmente" (ou seja desenhando novamente a onda) o dano som fica irreparável! Então a menos que o áudio do seu CD não esteja em nenhum lugar onde dá para baixar na internet ou comprar um novo (no caso por exemplo uma demo de uma banda nunca lançada no mercado) meu conselho é não tentar restaurar!
3)Mas eu preciso restaurar..... É importante pra mim!
Agora que você já sabe que a restauração pode não dar certo, vamos ao ponto para tentar deixar ela com o "menor dano possível". Pra começar com música é muito mais fácil que por exemplo um áudio de uma palestra e você já vai entender por que.
Se a música aquele tipo que só tem uma parte e repete essa parte novamente (como Whiskey a Go Go, Meteoro da Paixão ou Get Luck) é só pegar a parte que não está danificada, copiar e colar em cima da parte da danificada ou até mesmo criar ela novamente a partir da cópia, só que porém se o solo da música (se houver) e estiver danificado, possivelmente não haverá recuperação.
Se a música estiver apenas com um "refrão" danificado, apenas copie e cole um refrão bom em cima do que não está. O seu problema é que se a música é toda direta como Stairway to Heaven, Geni e o Zapelin ou Faroeste Caboclo pois os "remendos" não irão ficar bons.
Do mesmo caso a acima seria uma palestra, onde estiver danificado a fala, o que dá para fazer é só remover o "clipe" e deixar o áudio rolar.
4)Como extrair um áudio e trabalhar no mesmo
Não existe um termo direito para isso. Por exemplo, os programas da série Sound Forge (Vegas e Acid) usam a função "Extract Audio From CD", o programa de manipulação de áudio gratuito Goldenwave usa a função "CD Audio Extraction" e o Wavelab usa a função "CD import panel" ou seja isso depende do programa que você escolher.
A partir da faixa de áudio extraído daí você pode manipular o mesmo. Alguns problemas são "clipes" quando extraído de mídia tipo CD. Fitas e Vinis também tem o "white noise" (aquele som de fundo grave) característico das gravações de rolos de fitas, porém para isso existem os plugins como o Sony Vinil Restoration ou Izotope RX, os plugins são usados justamente para "amenizar" esses ruídos e reduzi-los. Hoje em dia já existem aparelhos que tocam discos de vinil e fita cassete e convertem direto para MP3 sem precisar do computador.
5)Refaça os efeitos!
Uma coisa que dá para fazer em áudios restaurados e acrescentar "efeitos" que irão fazer a faixa de áudio voltar um "pouco mais" para o caminho da gravação original.
Por exemplo, pode ser usar um delay com o mínimo de feedback do lado direito mais longo (em torno de 150 ms) e do lado esquerdo mais curto (em torno de 50 ms) para dar um "falso estéreo" e isso funciona bem em músicas por exemplo dos anos (19)70 até (19)84 onde a principal matriz era a mixagem estilo Los Angeles.
Pode ser também usar chorus/flanger para "reforçar" a dinâmica, compressor/limiter para "aumentar" o volume, pitch shiter para aumentar ou reduzir o tempo/tom da música, ou reverb para deixar uma sensação mais "ao vivo", só que antes de passar o efeito escute bem! Pois as músicas gravadas geralmente tem efeitos e dependo do que você usar pode "embolar" ou deixar "fora de fase" toda a música!
Postado por:
Rafael "O KH" Dantas
Autor do blog de gravação musical Palco KH e Jovem e Adolescente nos anos 90!
Músico e Técnico em T.I
OMB:13850
Contato:
rafael.kh@gmail.com
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