O maior desafio pra quem grava em casa é fazer a música soar parecido há uma música comercial.
Quando digo "parecido" é porque por mais que você tente, sempre vai "faltar algo" para sua música soar igual a de um "grande estúdio" e claro porque estamos falando de um fator chamado "investimento" pois se toda gravação soasse "comercialmente" bem ninguém gastaria mais cem mil reais para montar um estúdio de qualidade!
A primeira coisa que a pessoa faz é aumentar o "volume" quando a música não soa legal e geralmente se faz isso usando limiter, equalizador ou compressor esquecendo
de ver o "básico" de como a música foi gravada e mixada.
Abaixo separei 10 dicas para você fugir da tentação de "aumentar tudo" pulando algumas etapas
que são praticamente obrigatórias quando se mixa.
1.No que está se baseando?
A primeira coisa que você tem que estar ciente, qual o tipo "de música de referência" que você está usando. Por exemplo, vamos supor que você esteja gravando um rock e está usando como referência um power trio, uma banda grunge ou ainda aquelas dos anos 80 como uma de hair metal e isso conta muita.
quanto mais instrumentos menor, mais reduzido fica o campo estéreo! E isso é um fato.
Por exemplo sua voz somente com violão fica na altura
que quiser pois não há brigas (a voz por ir no lado direito e o violão no lado esquerdo), agora imagine uma big band com 32 instrumentos, como ajustar essa bagunça sonora no seu campo estéreo?
Por isso quanto mais instrumentos lembre-se que você terá mais passos a serem feitos no processo de
gravação e mixagem e possivelmente você terá que sacrificar "bons timbres" para destacar o que deve realmente aparecer na música.
2. Redestribua seu campo estéreo
O acúmulo de pistas num mesmo "pan" pode fazer o som se tornar "fora de fase" em alguns falantes.
Existe um cálculo que um produtor me ensinou e até hoje levo a risca que é não é muito diferente do que se usa hoje para o posicionamento estéreo.
Seria assim: instrumentos graves como baixo, trambone, lado esquerdo teclado, guitarra distorcida com power chord, voz baritona , mais para esquerda;
instrumentos agudos como guitarra limpa, lado direito teclado, voz tenor, pratos, tons altos trazer mais para direita;
instrumentos de marcação principal como caixa, bumbo, baixo, voz principal, solos ou camas deixar no meio.
Contudo isso é só para esclarecer melhor o que acontece no "campo estéreo" o bom mesmo é seguir essa regra e depois ver se combinou ou não com sua música e ir fazendo pequenos ajustes.
3.Use o equalizador ou um compressor "Multibanda" separadamente nas pistas
Por mais que seja trabalhoso geralmente resolve quando se pode dispor de um bom equipamento de gravação.
Mas para isso você primeiro deve decidir "por onde" sua música vai partir, você tem que pegar um instrumento de "referência" (pode ser guitarra, teclado ou a voz), deixar bem do seu agrado e começar a equalizar as pistas a partir daí e assim você pode seguir a próxima dica.
Se você preferir usar um compressor de multibanda pode dar um resultado até melhor que o equalizador mas lembre que além de mexer nas frequências, ele "comprimi" as mesmas (para deixar no mesmo volume).
Por último, você pode "diminuir ou aumentar" a frequência de um instrumento para "aumentar o som de outro". Um exemplo seriam um guitarra distorcida. Você pode deixar a mesma normal e quando a voz entra, fazer um "envelope" entre 200 Hz - 4kHz baixando para -2 dB, fazendo assim a voz sobrepor perante a guitarra.
4.Faça um "grude" com reverb
Fazer um "grude" quer dizer deixar tudo dentro de um mesmo ambiente, como se ouvesse o mesmo tipo de "reverb" em todas as pistas.
Alguns produtores usam bastante o recurso de colocar reverb a partir de um determinada freqüência:
bateria de 20 hz a 2.3 khz
baixo 80 hz a 300 hz
guitarra de 250 hz a 5.1 khz
voz 200 hz a 7.2 khz.
A maioria dos reverb tem uma função “CUT above” (cortar sobre) “high above” (subir sobre). Exemplo: Cut above: 200 Hz, High Above: 2.3 hz.
Você pode mexer separadamente nas pistas ou ainda apenas em seu Aux/Buss para fazer o grude.
5.Diminua o número de pistas
Muitas vezes não sua gravação que está ruim e sim uma pista que pode estar interferindo no resto.
Às vezes melhor deixar aquela strings que só está fazendo "cama" apenas somente no "refrão" ou no final. Ao invés de usar aquele violão base durante toda música, ele fica melhor sendo apenas um "riff" em determinados momentos.
Se aquele "teclado" na pista 10 não faz diferença ter ele ou não na música, por que então não tira-ló?
Pra isso basta usar uma coisa muito esquecida para quem mixa, que é a sexta dica.
6.Use o botão MUTE!
Vários engenheiros e produtores renomados (pelo menos em sites estrangeiros) falam que o botão Mute (o que deixa sem som, ou mudo) é milagroso.
O motivo é que muitas vezes você não ouve o que está de errado com sua música, mas isolando pista por pista você corre o risco de descobri o que deu errado.
Assim que você acha a pista "defeituosa" ou você tira ela ou segue a dica sete.
7.Regrave mais quente alguma pista
Muitas vezes não é a pista o problema e sim a gravação. Por exemplo, ela está abaixo de - 4 dB que é considerado out from warm zone ou literalmente traduzido
"fora da faixa quente" que é o "amarelo" que você vê no seu db meter (aquele medidor de decibeis que sua DAW possue).
Infelizmente se você quer realmente manter a pista que está gerando conflito com as outras, muitas vezes a melhor coisa é regravar a mesma.
8.Teste a música em mono
Em tempo de surround nunca foi tão necessário se mixar em mono! Isso porque a maioria das pessoas já não escutam a música de maneira tradicional
e sim pelos seus smartphones. Acontece que um celular é uma "caixa em mono" quando não é "reproduzido pelos fones de ouvido" e por isso seu teste se tornou até mais importante que o "teste automotivo" (aquele som que você houve no seu carro).
Por isso se sua música soar alto em mono, pode ter certeza que irá soar alto em estéreo.
9.Teste a música em outras fontes
Aqui é o básico que você ouve e vê em qualquer lugar. Quanto mais fontes (aparelhos de som, som automotivo, celular, caixinhas do computador) sua música
soar igual ao do seu "monitor de áudio" será melhor o resultado. Claro sempre leve em considerassão os "falantes da fonte".
Você não pode achar que aquela "caixinha de som bluetooth" irá soar igual ao sistema tree way que você tem no seu carro!
10.Faça seu método de masterização!
Eu falo de masterização no guia rápido de masterização (você pode baixar aqui no blog) contudo, a outro método que você pode seguir: o seu próprio!
Muitas vezes não é o seu método de mixagem que não deixa a música alta e sim o processo final!
Você não tem uma "sala branca", você não tem uma "estação Pro Tools", você só quer mostrar sua música para o mundo ouvir, então experimente criar o seu método e quem sabe ele não fica padrão para todas suas gravações!
Uma masterização precisa ter:
um compressor (para manter tudo no mesmo volume), um equalizador paramétrico (para dar corpo ao som), um stereo enhancer (para destribuir o som no estéreo)
e de vez em quando um "reverb ou um delay" (para grudar tudo no mesmo ambiente) fora isso, o resto são apenas detalhes.
Um bom plugin de masterização (como Izotope Ozone e IK T-Racks) mesmo antigo junto com sua criatividade, pode ser uma ótima solução!
Ótimas Gravações!
Postado por:
Rafael "O KH" Dantas
Autor do blog Palco KH!
Músico e Técnico em T.I
OMB:13850
Contato:
rafael.kh@gmail.com
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