Olá pessoas!!!
Depois de quase um mês, escrevo novamente aqui!
Bom atualmente ando gravando uns trabalhos onde estou usando muita distorção.
E sendo assim vou dar 8 dicas de como eu uso esse indespensável efeito pra quem usa guitarra!
1.A mixagem padrão da distorção
Até o mesmo engenheiro que é "aficionado" por rock ou metal sabe que a distorção é um saco.
Claro que todos sabem que alguns "truqes" (como usar mais as válvulas e mais compressão e diminuir o ganho do amplificador)
já são de "praxe" dos mesmos.
Mas se você prestar atenção verá que numa gravação quase todas as "distorções soam iguais" não importando a marca do amplificador ou o set pedais.
Isso porque "uma ótima distorção" é justamente aquela que por mais leve ou mais pesada que seja não "irrita o ouvido" e muitos seguem um padrão pra isso que
que geralmente consiste em deixar o amplificador em flat (todas as frequências iguais) e apenas alterar os valores de presence, bottom, master volume e gain.
Dependendo do produtor esses valores podem ser bem variável (por exemplo só mexer num dos controles) mas geralmente o que falta ou sobra é cortado na mixagem com o equalizador.
Aqui vale salientar que "ao vivo" a regra já não se aplica tanto já que o guitarrista tem que deixar o amplificador (ou amplificadores) em determinados parametros.
Aquelas "paredes" que vemos em show não são todos os stacks soando junto e sim cada um tem um "parametro" pré determinado para reproduzir ao vivo o que se ouve na gravação e claro
como não temos o "luxo disso" podemos sempre contar com uma "boa pedaleira" para tentar fazer o som ficar parecido com isso.
2.Quanto mais pior
A colméia de abelhas que ouvimos nos pedais "Fuzz" em uma gravação pode não ser um e sim um "distortion" ou até mesmo um "overdrive".
Isso acontece (principalmente em gravações onde o guitarrista da muito palpite) porque o que ouvimos é um "excesso" da distorção dos "médios agudos" e dos "agudos".
A função do parametro Filter ou Tone nos pedais é justamente para tentar controlar a distorção nessas "frequências".
Uma maneira prática para você ver se seu som está "abelhando" é justamente gravar em casa com os "parametros" que você vai usar no estúdio e escutar
se sua distorção está boa. Isso poupa bastante tempo de ajustes, principalmente lembrando que suas horas são pagas!
3.Seus Guitar Heros sempre escondem o jogo!
Quando estava começando eu lia nas revistas de guitarras meus "ídolos" falarem sobre suas regulagens. Eles explicavam com fizeram a distorção de tal música e quando fazia mesma
na minha aparelhagem não soava igual e por anos acreditei que era por que precisava "disso ou daquilo" até que um dia num estúdio onde tinha as mesmas aparelhagens (até as guitarraas) de
uma música que adorava, ao tocar ela com todas as "regulagens" que estavam escrito na revista não saiu nem perto do que se ouvia no cd!
Quando a internet começou a se popularizar e comecei a ter mais acesso sobre os "timbres" dos meus idolos foi notar que em muitas matérias os produtores/engenheiros que gravaram as guitarras
da música que gostava comentavam que tinham usado uma "aparelhagem" totalmente diferente do que estamos acostumados a ver o guitarrista tocar.
Por isso muitas vezes você acha que eles estão usando um "amplificador X" quando na verdade no estúdio usam um "amplificador Y"! Claro que não dá para generalizar.
Se você tiver o prazer de tocar num Peavey 5150 verá que até mesmo o "combo" é o som de Eddie Van Halen, assim como tocar num Marshall Slash Jcm 2555 que é exatamente o som dele que ouvimos em suas gravações.
4.Às vezes fuçar pode te dar uma ótima distorção
Uma vez eu gravei uma música em 1999 para um cantor. O amplificador do estúdio não me deu um bom som (se eu não me engano era um Fender Rock Pro) então deixei ele todo em "flat" e peguei meu pedal Olive Super Overdrive e comecei
a mexer para ver o que saía. No estúdio tinha um compressor valvulado (feito por um eletrônico de São Paulo) e achei interessante porque ele incorpova a saturação.
Então deixe o pedal quase sem Drive, com bastante Tone, o volume ficou no meio e aumentava os valores do compressor (aumentava a saída e a entrada) e no final comecei a tocar alguns links
do Pearl Jam e ouvi que estava soando bem parecido com um Marshall Plexi com um ganho mais forte.
Gravei a música com essa distorção e ela nem precisou de muito ajustes para soar bem. É uma pena que nem eu e nem o cantor temos mais a gravação, já que ele perdeu o CD e meu computador esses tempos "fritou o hd" e perdi informações desde daquela época (agora levo muito a sério essa história de backup).
Outro exprimento me lembro que liguei minhas 2 pedaleiras (uma Digitech RP-1 e a outra Line 6 Pod Floor HD500) em cada uma em um amplificador separado e juntei ambas num cabo em "Y" até minha guitarra e fui alterando o "presets" entre as duas. O resultado foi que nunca vi algo tão pesado na vida! Tinha momentos que parecia que havia uma jam entre o Pantera e o Sepultura!
Claro que quando gravei tive "algumas abelhas" (principalmente vindo da RP-1) mas nada que um corte parametrico não resolveu.
Hoje em dia muitos bons equipamentos (mesmo com a alta do Dolár) estão acessíveis e muitas vezes você tem um deles. Ele não pode ser a sua "distorção final" mas pode ser a idéia de uma que você
queira usar no futuro.
5.Simuladores de Amplificador parecem usar sempre a mesma distorção
Isso foi uma coisa que reparei meio sem querer usando minha POD Floor. Se a gente reparar uma pedaleira ou plugin VST visualmente vamos ver que eles nos dão a imagem que queremos ver.
Na minha pedaleira quando você mexe no parametros aparece na telinha bem bonito o modelo do amplificador ou pedal que você está usando (e isso fica muito mais evidente quando se usa o software de edição).
Porém ao fazer uma Simulação de "JCM800" e outra com "Line 6 Doom" reparei que o som são muito parecidos. No manual diz que é pra ser um "Hibrido entre o JCM800 e o Hiwatt" mas depois que escutei aquilo e reparei parece que todas as distorções de "simulação de amplificador" ali estão soando iguais!
Comecei a notar diferença quando um "amplificador" usar um valor "drive" (como Marshall) e outro um valor "distortion" (como um Mesa Boogie) a uma diferença entre os dois mas
usando amplificadores na mesma linha parece que soam iguais.
Notei isso também em mais duas pedaleiras: a Vamp 2/3 e a Boss GT10 porém ao mudar a "simulação de falantes" as distorções também alteram em todos os casos.
Mas há um porém. Tantas as pedaleiras quanto os VST foram baseadas em "samples" (sons pré gravados) para simular seus amplificadores e se você escutar algumas gravações com guitarras distorcidas "bem feitas" perceba que não há tanta diferença entre elas mesmo usando equipamentos diferentes e claro para você notar realmente a diferença é necessário ter um ouvido bem treinado.
6.Valvulas vs Solid State
Pra isso aconselho a você ler alguns fóruns, tópicos, vídeos os matérias sobre o assunto e por isso vou dizer o que eu acho.
Pra mim não a diferença entre uma distorção Valvulada ou Solid State (transistorizada) desde que seja o som que você quer tirar!
Dimebag Darrell tinha as poderosas distoções já feitas assim como Andy Summers tirou sons limpos incríveis e tudo isso usando amplificadores transistorizados.
É tudo uma questão de "caso, gosto e escolha".
7.As vezes o peso está no arranjo
Pode ser até meio "psicológico" mas você já tocou certos riffs como Master of the Puppets, Welcome to the Jungle, Black Dog ou Iron Man e já noto que mesmo tocando num violão
elas ainda soam pesadas?
Claro que tecnicamente alguém pode dizer que é por "causa das cordas graves" mas não é bem assim. Se você bater um powerchord numa guitarra não que dizer um som pesado e sim
barulhento. O que dá peso mesmo é a "melodia" das notas e outro fator bem importante: a mão!
Acredite você motando um arranjo bem feito e usando ambas as mãos no tempo certo seu soa até pesado num violão!
8.Entre "Crunch" e "Lead"
Eu particularmente nunca usei esses termos, pra mim há distorções para "base" e outros para solos e por muito tempo achei que "Crunch" era base e "Lead" era solo até ver que os manuais de pedaleiras e
amplificadores davam outra explicação para isso.
O termo Crunch é para definir um distorção leve ou pouco mais pesada de uso para base enquanto o termo Lead siginifica uma distorção
"tanto pesada para base quanto para ganhos extremos para solo" (Metal Zone, Jack Hammer, Metal Planet) contudo apesar do que lermos não podemos levar tanto ao pé da letra e sim escutarmos mais o que elas oferecem.
Você sabia que uma das maiores fontes "de inspiração" para um distorçao tipo Metal é a usada por Gary Moore na música e que ele gravou usando
um pedal de distorçao "blues" o Marshall Guv'nor e o amplificador Marshall JTM45? Como você classificaria essa distorçao? Provavelmente como "Crunch" sendo que ela tem
força de "Lead".
Muitos amplificadores como Peavey 6150, Fender Metal Head, Marshall Valstate Series é muito difícil tirar um som crunch dos mesmos porque por mais que você tente
tudo vira Lead.
Porém há uma coisas sobre os solos: muitas vezes o sustain não vem da distorção e sim de 2 distorções uma mais pesada e outro mais leve intercalando com a compressao ou com os falantes.
Que a música esteja com você!
Postado por:
Anício Oliveira
Músico, Professor, Sideman e "filosofo" nas horas vagas!
OMB:11???(não lembro mais faz anos....)
Contato:
anicio.guitarra@gmail.com
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