Essa semana comecei a retomar meus trabalhos de gravação no meu novo “home Studio” que estou montando aos poucos. Uma das coisas que pretendo colocar é um novo sistema de “monitoração” e estou em dúvidas ainda no que comprar ou se vou manter o que tenho (afinal nunca me deixou na mão) porque os preços andam “muito salgados” (é triste ver que num site americano o monitor que você quer convertido já em reais custa metade do preço em qualquer site brasileiro) e nesse ponto (assim como informática) essas coisas tiveram um aumento “bem relativo”. Quem já leu minha “apostila de gravação” deve ter visto que a primeira coisa que aconselho a comprar em um home Studio é o sistema de monitoração de áudio porque além de ser caro (o mais simples não sai por menos de R$600) é praticamente “vital” nas mixagens e se ainda mais se você tiver uma placa de som de “ponta” sem monitor de áudio pouco adianta (já vi isso acontecer e muito) porque você corre o sério risco de fazer uma boa gravação e um mixagem ruim! Então a seguir veremos 10 motivos porque o “monitor de áudio” é tão necessário e importante!01)Computador é só que você usa para grava e mixar.
Por mais que você leia livros, apostilas, veja vídeos, participe de fóruns essa história que para gravar precisa de um “I7 com 192 Gb” é conversa de quem não sabe lidar com mixagem ou ainda tem muito que aprender!!! Acredite, com um Dual Core, X2, Celeron Duo ou até mesmo um Pentium 4 ou Sempron com 2 Gb de memória você ainda consegue fazer muitas coisas!!! A poucos VST/DX que precisam exclusivamente de um “sistema 64 bits” (porém a tendência é aumentar devido ao fim do suporte a Windows XP). Tenho um Notebook Dual Core com 4 Gb e Windows 7 faz muita coisa ainda, principalmente agora que os computadores estão caros novamente (isso lembra os anos 90). Como já expliquei em outras postagens, plugins não resolvem sua gravação se você não tiver bons equipamentos e uma boa placa de som!!! Por isso se você tem grana não entre em dúvida: compre o monitor de áudio e uma boa placa de som (As placas de som também não precisam de um supercomputador). Claro que isso não é uma regra a ser seguida (afinal nunca é bom ter um computador tão defasado) e sim estou mostrando que não importa qual o computador atual que você está usando, ele irá segurar a “barra” perfeitamente enquanto você se recupera do investimento feito no monitor de áudio.
02)Multimídia é uma coisa, referência é outra
Muitos sites estão vendendo “monitores multimídia” como”monitores de áudio para home Studio”. E qual a diferença? Primeiramente “monitores multimídia” são projetados para tocar “sons com alta fidelidade” mas não é a garantia que ele te dará “graves robustos” na mixagem (pois eles foram feitos para tocar sons já prontos e não que estão sendo construídos). Já os monitores de referência como o nome já diz são feitos para dar a “frequência” nua e crua e por isso vem ajustados em “flat” com divisores de frequências dentro deles. Porém alguns “monitores multimídia” desempenham realmente as duas funções, por isso deve estar bem atento a “suas descrições técnicas” mas dificilmente custarão menos de R$800,00. Até você pode montar um, porém o que você irá gastar nos componentes eletrônicos e nos falantes, já não compensam! Veja essa video para entender melhor:
Lembre-se também que o tamanho não importa, veremos isso no próximo item.
03)Não compre sem ouvir... Se comprar sem isso leia com atenção os detalhes técnicos!
A principais características dos monitores de áudio são que eles vêm com apenas 1 falantes (grave) e um falante que serve como tweeter (agudo), são blindados (não dão interferência eletro magnética), geralmente pesados e possuem divisor de frequência que um segredos do monitor (o outro seria sua construção). Se você colocar um falante e um tweeter normalmente em um amplificador, irá ouvir que um é mais grave e outro mais agudo. Porém ao escutar apenas um deles verá que ambos “mostram” todos os sons e que o tweeter é bem mais baixo. Com um divisor de frequência o falante irá pegar os graves e médios graves (40 a 950 Hz) e o tweeter os médios e agudos (1 – 20 kHz) e quando você colocar uma frequência em “solo” irá escutar a mesma apenas na região que ela está (grave ou aguda) e sem o divisor de frequência você continua ouvir a mesma em todas as regiões (mais forte ou mais fraco) e isso pode “confundir o ouvido” e por isso um dos testes mais simples de verificar isso é colocar o monitor de áudio pretendido numa mesa som, colocar um aparelho de som e ver se ao cortar uma frequência X (como por exemplos) a mesma é extinguida do monitor e não dá para ouvir a mesma (ou se ouve muito pouco) em volume alto. Porém como a maioria comprar pela internet então o jeito é se “ligar” nos detalhes técnicos.Para garantir nunca procure por “monitor de áudio” e sim “monitor de referência” os “mais baratos” geralmente são de 80 hz a 20 kHz (as vezes menos Hz e mais kHz) e os “mais caros” geralmente são de 55 hz a 30 kHz. Lembre-se que o “harmônico do grave” se inicie em 80 hz e quanto maior a escala de distância entre “Hz e kHz” melhor você ouvirá as coisas porém o “monitor de audio” não pode dar fadiga entre 100 Hz e 16 kHz visto que a maioria das músicas comerciais e a maioria das caixas de som trabalham muito nessa faixa Outro detalhe: muitos monitores de referência que tem uma faixa de "final grave" perto dos 80 Hz para compensar vem com uma saída "subwoofer" para você colocar uma caixa de graves nele.
04)Ativo ou Passivo?
Se você pegar um vídeo sobre “comprar um monitor de áudio” possivelmente uma hora a pessoa irá sobre ativo ou passivo? Ativo são os monitores que possuem “potência própria” ou seja, basta ligar na energia, ligar os pares, e ligar o cabo de entrada seu computador para tocar o som. Os passivos precisam de um “amplificador” para rodar. Não há diferença de som “tecnicamente” entre eles, a diferença está no “custo benefício”. Ativos dispensam você gastar por exemplo mais R$400 num amplificador de 200 watts mas vamos supor que você já tem um amplificador de 200 watts pode ser melhor comprar um “monitor passivo” visto que eles custam bem menos que um ativo.
05)No fim tudo é uma questão de eletrônica.
Monitores de áudio mais caro tem componentes mais nobres e são mais “precisamente” montados porém isso não que dizer que um mais barato seja sempre uma porcaria. Para você comprar um que tenha um “bom custo benefício” basta escolher marcas que são conhecidas no mercado musical como Yamaha, Alesis, Behringer, M-Audio, Roland, Krk pois eles usaram “tecnologias semelhantes de fabricação”.Outros monitores de marcas menos conhecidas ou até “artesanais” é sempre bom dar uma escutada primeiro.
06)Estude bem antes de comprar!!!
O importante é não se afobar na hora de comprar. Algumas coisas não são determinantes na qualidade de um monitor de áudio como por exemplo tamanho e potência. Muitas mixagem até hoje são feitas em antigos Yamaha ... dos anos 80 (conhecidos como amarelinhos) que não tinham tweeter e mal geravam graves abaixo de 120 Hz e ainda usam apenas 15 RMS! Mas tente comprar um deles, se encontrar um bom não irá pagar menos de US$ 5.000! Por isso novamente vale o que falamos no item 3, para não gastar um dinheiro que “irá demorar para recuperar” numa compra mal feita. Em estúdio é muito fácil a gente comprar “uns elefantes brancos” e principalmente que está começando!Leia livros, leia matérias, troque idéias em fóruns, (principalmente com produtores ou quem já fez um curso de gravação) veja vídeos (nunca aqueles gravados com câmeras digitais, pois eles não mostram a qualidade do monitor de áudio), dê uma olhada/ouvida nas lojas, enfim há muitas maneiras.
07)Posicionamento e Ambiente
Não adianta você comprar um bom monitor e não colocar numa posição descente para ouvir!!!Como monitores de áudios trabalham em “nearfield” (campo de perto) o bom é sempre colocar eles como a figuras abaixo:
Mantenha seu ambiente o mais isolado possível para ter certeza que você está ouvindo o que está saindo do monitor de verdade! Uma maneira rápida e fácil por exemplo, é colocar um colchão atrás de você, assim as "delayed refletcions" (reflexões sonoras atrasadas) serão suavizadas.
08)Um bom fone de ouvido
Muitas vezes o que falta no “monitor” pode ser ouvido num fone de ouvido se ele for bom. Assim se você tiver um bom monitor de áudio com uma faixa menor, pode compensar a mesma no fone e depois testar no monitor para ver se o som não está estourado ou cansada.
09)O que você já usava também pode ajudar!
O que você usava antes de comprar o monitor de áudio? Aquele velho aparelho de CD com saída auxiliares? Umas caixas multimídias do seu computador um pouco melhor que as normais? No meu estúdio até hoje tem o meu aparelho de CD com duas caixas e dois tweeters. Como uso 3 placas de som ao mesmo tempo, uma fica com os monitores de áudio, a outra com o aparelho de CD e a outra com uma caixa “bem normalzinha” de computador. Assim tenho 3 referências na mixagem, ou seja, a música é testada em 3 ambientes ao mesmo tempo! A maioria dos estúdios pequenos/médios não faz isso, mas como sigo o padrão dos estúdios “americanos” observe em revistas que eles sempre tem um monte de caixas espalhadas na frente da DAW (geralmente 2 monitores de referência do lado do monitor, 2 caixas com falante e corneta no teto e mais duas assim dos lados) e funciona muito bem! E esse é o assunto do nosso próximo item.
10)Só porque você grava em casa não é sinal que não precisa fazer as coisas bem.
Muitos artistas famosos fazem assim: gravam em casa e só mandam para um gravador mixar e masterizar (apesar de seu home Studio ser melhor que muitos estúdios por aí) e porque você não faz o mesmo?Porque investir de 600 a 2000 num monitor de áudio? Só porque você grava em casa não significa que tem que gravar mal! Sempre digo que quanto melhor seu trabalho gravado em casa, mais fácil é de um grande estúdio processá-lo (tanto na gravação, como na produção) e além do mais, seus ouvintes merece escutar algo com qualidade. Como dizia o eterno “Wander Taffo”: O músico estuda, toca, e grava sempre para impressionar os outros! Pense nisso!
Abraços!!!
Nenhum comentário:
Postar um comentário