Nesses dias que estive em Porto Alegre ouvi umas histórias bem interessantes sobre a cultura americana. Não aquela que os filmes tentam nos passar e sim como é o dia a dia do cenário musical. Um casal de amigos vindo de lá disse que muitos artistas que fazem sucesso aqui são apenas artistas regionais lá. Isso me fez lembrar que uma vez em um show do Faith no More no Brasil, Mike Patton disse que era mais conhecido aqui que em qualquer outro lugar, pois se andasse nas ruas de L.A ninguém daria bola para ele.
Isso me faz pensar se no Brasil tudo está sempre a venda, porque não estender o “jabá” a artista que não fazem sucesso no seu país de origem devido a bela porcaria que são?
A verdade é que lá teve algo parecido com que está acontecendo no cenário brasileiro hoje em dia: artistas de vários estilos, montaram suas próprias gravadoras e suas próprias rádios afim de manter seu estilo vivo. Quando a gente fala isso muito se vem aquela ladainha que lá é o 1 º mundo, país desenvolvido, país rico, etc....
Porém ninguém se lembra que isso podia ser um belo argumento há 10 anos atrás, hoje em dia que o Brasil é estabilizado financeiramente só serve para ver como pagamos os produtos mais caros do mundo, graças aos impostos e outras taxas. Mas mesmo o computador mais simples hoje em dia vem on board uma placa de som ou seja, podemos gravar qualquer coisa em qualquer lugar (não falo de qualidade, falo em poder). Em vários sites você pode criar sua própria rádio on line e deixa-lá a disposição em vários players. Eles também me disseram que como lá muitas rádios com vários estilos geralmente você escolhe o que quer ouvir, e já aqui todo mundo sabe: a mídia ditou uma moda, todas as rádios tocam!
Particularmente uma vez eu vi duas grandes rádios fazerem uma guerra só por causa de uma rádio comunitária e isso aconteceu numa cidade de médio porte. Na cidade havia duas rádios grandes porém tocava toda programação de jabá. Um dia um grupo de pessoas montou uma rádio comunitária (uma coisa bem normal) e começou a tocar somente as músicas que eles consideravam boas. O resultado é que essa rádio começou a ter mais audiência que as outras duas e o resto da história você sabe: as duas rádios encheram tanto o saco que fecharam a rádio comunitária.
Falando com meu ex-colega de banda uma coisa entramos num consenso bem comum: essa história que os produtores falam que divulgar na internet não adianta nada que o negócio é fazer um cd bem feito tem algo de estranho. Se o público não dá bola para as bandas que tem música própria num show, como fazer o ouvinte ouvir sua músicas se não for pela internet?
Novamente, ressalto o objetivo desse blog: torna a gravação uma coisa mais acessível e independente, pois está na hora da sua música invadir as ondas do rádio!
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