Salve Músiconauta! Antes essas postagens eram chamadas de “vídeo aula”. Porém como não quero fazer nenhum “master class” e o blog envolve “gravação, mixagem, masterização e produção” resolvi mudar o nome para: Música e Vídeo para ver o estilo “geral” de um artista ou banda. A banda de hoje sobre qual vou falar com certeza é uma das mais preferida de muitas pessoas ao redor do mundo: Dire Straits.
A História da Banda: link aqui
Sobre Banda: Dire Straits começou em na década de 1970 com idéia de ser uma banda punk (estilo que começava a ganhar força na época) na Inglaterra. Porém resolveram fazer um “rock clássico” que logo começou a mudar de cara. A banda sempre foi marcada pelo estilo “super banda” (sempre exagerando em camadas de sons limpos) tanto ao vivo quanto em gravações e depois de 1985 começou a usar direto sintetizadores e mudaram o conceito de gravação, mixagem e masterização como era antes (principalmente por causa do panorama). Uma das curiosidades é que Mark Knoppler apesar de ser um dos melhores guitarristas do mundo em sua gravações, raramente exagerava em solos (deixava tudo mais pop), porém suas performances ao vivo são recheadas de solo intermináveis.
Quem é a banda?
Vocal: Mark Knopler era o vocalista e o guitarrista principal da banda e também a alma dela (tanto que quando ele lançou seu álbum solo Golden Heart foi provado isso). Não fazia fírulas na voz, cantava com sua voz natural totalmente “branca” (quando não há diferença entre o cantar e o falar) porém sua técnica na guitarra vem inteiramente de “violão espanhol” que até hoje é admirável como ele conseguia tocar tão forte com os dedos sem precisar de nenhuma palheta.
Guitarra: além de Mark Knopfler na outra guitarra havia seu irmão David Knopfler. David deixou a banda em 1980 (porém nos outros anos fez várias participações em apresentações e gravações da banda) e com saída do mesmo, vários guitarristas de estúdio passaram pela banda.
Baixo: a posição de baixista sempre foi de John Illsley que também é dos fundadores da banda. Seu estilo passando do rock, para soul e funky sempre foi marcante na banda (preste atenção em seus slaps) além de pitadas de Jazz.
Bateria: Pick Withers também fundador da banda variava bastante seu estilo na bateria. Dificilmente você ouve uma bateria reta nas músicas sempre há um toque “jazzy” nas mesma. Porém em muitas performances ao vivo, a banda tocava com 2 bateristas (geralmente eram shows onde participavam vários artistas) dentre os quais incluía Phill Collins.
Outros instrumentos: geralmente a banda contou com vários outros instrumentos, como teclados, percussão, guitarra havaina que eram executado por músicos de estúdios.
Gravação, mixagem e produção
Pa mim não existe nenhuma banda que bata o recorde de Dire Straits nestes 3 quesitos, a variação dos discos gravados em 1978 a 1985 é muito grande. Pra começar desde o primeiro disco eles inovaram no quesito mixagem. O instrumentos sempre foram bem gravados (Sultan of Swing é considerados um dos timbres de guitarra mais limpo já gravados) e a banda sempre experimentou vários tipos de posições de microfones, mudanças no kit da bateria, timbres de baixo e guitarra, vários tipos de equalização, pan, compressão e efeitos. Quando Brother in Arms foi gravado, a banda colocou sintetizadores e inovou lançando o álbum em 3 formatos: LP, cassete e um formato que logo iria tomar conta de tudo: O CD que a Philipps queria botar no mercado (Aliás, a remasterização desse álbum quando saiu o formato DVD valeu mais um Grammy para banda em inovação “surround”). Pouca gente sabe, mas quando os engenheiros de som precisam de uma referência o álbum Brothers in arms é o primeiro da lista para verificar como está o “panorama” da música não importa o estilo. Outro fato curioso que o álbum ao vivo “On the night” de 1993 foi o primeiro álbum da história gravado totalmente em DDD (tudo digital e nenhum equipamento de gravação análogo).
A Vídeo aula 1: Sultan of Swings
Nessa video aula, você vê exatamente como Mark Knopfler faz no hit Sultans of Swing. Aliás, você sabia que o timbre original foi gravado somente usando uma Fender Strocaster e um Fender Vibrolux? A prova que o som está na mão do guitarrista!
O solo é feito sobre as notas: Dm C Bb A
A Vídeo aula 2: Walk for life (teclado)
Eu separei esse video de como tocar “Walk for life” (uma das mais belas introduções feitas em órgão) justamente para mostrar como se faz ela. Porém confesso que achei muito interessante como esse tecladista faz a música usando o “ritmo” manual do teclado, acho que vou até copiar! Hahahaha!
O solo é feito sobre a harmonia: E A B7 A B7
Primeira Música: Money for Nothing (Clipe Original)
Money for Nothing foi a primeira música a passar na MTV da Inglaterra e até hoje mantém o recorde como a música mais tocada na emissora e curiosamente a letra critica o exagero que é a MTV! Money for Nothing também foi um dos primeiros vídeo clipes gravados com “bonecos virtuais” usando animação gráfica e filme, que em 1985 era coisa de outro mundo.
Segunda Música: So far away (ao vivo em 1985)
Confesso que essa música e La Bamba (versão Los Lobos) foram as músicas que tive mais dificuldade para tirar!!! As poucas notas que ele faz no riff faz toda diferença pra deixar uma música bonita. É uma das minhas músicas favoritas, e sempre a toco.
O que pode ser aprender com a banda
Vocalistas: os vocalistas provavelmente não terão dificuldade em tirar músicas do Dire Straits porque elas eram baixas. Uma vez um amigo meu falou sobre a diferença entre um “vocalista que tenta ser guitarrista” e um “guitarrista que tenta ser vocalista”. Mark Knopfler com certeza é um dos poucos vocalista que é guitarrista.
Guitarristas: não vou entrar nos detalhes. Escute, tire e veja como é possível fazer arpejos, escalas, tríades e outras coisas, sem palheta! Mark Knopfler usa técnicas flamencas na sua mão esquerda, parece que ele tem 5 palhetas na mão.
Baixistas: Os compassos bem marcado de John Illsley são o mais interessante no baixo. A prova que um baixo rock pode soar, soul, funky e pop ao mesmo tempo sem perder a intenção do que ele que ser.
Tecladistas: Apesar de usarem mais teclado a partir de 1985, o mais legal é ver as camas e as ligações que o teclado faz entre um acorde, virada e riff, sem contar que a introdução de Walk for Life é quase obrigatória pra quem está aprendendo teclado.
Bateristas: O interessante aqui não ver as gravações de estúdio e sim as performances ao vivo, principalmente aquelas que incluem a participação de outro baterista. As baterias ficam absurdamente cheias, e ainda há espaço para percussão! A prova que quanto mais percussão, também pode soar bonito.
Mixadores, engenheiros de som e produtores
Dire Straits é o pai da gravação moderna. Antes de lançarem “Brothers in arms” as gravações viviam perdido em rótulos do tipo “estilo L.A”, “estilo NY”, “estilo Londres”. Eles botaram o mundo das gravações literalmente de perna pro ar, quando ousaram fazer algo bem diferente da época. Além do mais, foram eles que deram força pra que a gravação digital saísse do papel e parasse no seu computador.
Audição essencial
Sultans of swing, Last Hero, Money for nothing, Walk for life, Solid Rock, Heavy fuel, Brothers in arms, Why worry, So far away, Calling Elvis, Your least trick, Romeo and Juliet.
Site oficial
http://www.dire-straits.org/
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