quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Produção: pra que fazer sushi para quem se contenta com rollmops

Pra começar a história, vamos entender o título...
Sushi como você deve saber é um prato japonês onde é feito com arroz temperado com molho de vinagre, açúcar e sal, combinado com algum tipo de peixe ou fruto do mar, vegetais, frutas ou ovo.
Já Rollmops são geralmente comprados prontos para o consumo em jarras ou vidros. Na conserva também encontra-se água, vinagre branco, sal, um pouco de açúcar (ou adoçante), rodelas de cebola, pimenta-preta e sementes de mostarda e são mais comuns no sul do Brasil. Enquanto Sushi é um prato "fino" Rollmops não passa de aperitivo em bares, porém ambos tem o mesmo ingrediente: o peixe cru.
Agora podemos entrar no assunto. Em áudio o que seria o Sushi? Seria um arquivo WAV ou AIFF gravado num estúdio moderno, com os melhores equipamentos, com os melhores músicos, com um bom engenheiro de som, com um produtor "mão cheia" e com um(a) grande cantor(a) ou uma banda e o áudio finalizado em Blue Ray/DVD/CD.
E o que seria o Rollmops? A conversão da música acima em MP3!
Desde que esse "esse método de compactação" foi inventado, se "tornou o inimigo" de muita gente:

Das gravadoras pois "fulano" compra o CD original e "ciclano" faz  a conversão em MP3 e taca na internet;
Dos "puristas" que já estavam "horrorizados" com perca de qualidade do CD em comparação ao LP e mais ainda quando ouvem "tudo flangeado" num arquivo MP3;
 Da indústria do CD\DVD\Blue Ray que vê to seu trabalho ser reduzido há míseros 4 megas;
De muitos Artistas e produtores que lutam quase "inutilmente" para tentar reaver as perdas autorais com a conversão para o arquivo.

Se por um lado foi um pesadelo pra uns, pra outros facilitou muito a vida. Por exemplo, ficou muito mais "democraticamente" para um artista independente mostrar a sua musica para os amigos na internet e sem contar que muito "engenheiros de som" já "confessaram" que conseguiram acerta um timbre de um instrumento graças a conversão MP3 que outro estúdio mandou por E-Mail. E faz alguma diferença o som?Quem não trabalha  com áudio direto ou não manipula o mesmo dificilmente saberá apontar as diferenças entre uma "música de CD" e uma "música em MP3" pois teoricamente não há. Vamos ver alguns tópicos

1)Toda compactação leva a uma perda de "harmônicos"
O timbre de algum instrumento ou até da própria voz para maior clareza depende de uma boa gravação do seus "harmônicos". Em termos musicais, as harmônicas são componentes de um tom harmônico cujo som é multiplicado por um número inteiro, ou adicionado com uma nota tocada em um instrumento musical.Quanto mais qualidade tem um instrumento, mais seus "harmônicos" serão redondos. A  MP3 como compacta o som, faz com que o som "perca seus harmônicos" e eles são poucos sentidos em gravações de ótima qualidade, mas totalmente claros em uma gravação já não tão boa. Para você ter uma idéia, olhe a figura abaixo e veja como o arquivo MP3 "espreme" o áudio.
Comparação do arquivo MP3
 A figura acima mostra apenas "uma trilha de audio"  aproximadamente. Repare como a MP3 praticamente "destrói" um áudio em Blue Ray para ficar com apenas 4 mega.

2)A quebra da dinâmica
Outro problema que a MP3 faz é "quebrar" a dinâmica da música. Dinâmica é o termo usado para definir a "qualidade da música"  como os timbres de uma guitarra, o bumbo da bateria grave, a voz aveludada, o baixo profundo, etc... Quando se converte em MP3 a dinâmica praticamente "zera". O problema é que ao compactar, o volume do "audio aumenta" e isso acontece porque todos os "picos" ficam iguais, ou seja, tudo fica mais ou menos no mesmo volume como mostra o vídeo abaixo:



Claro que para isso acontecer muita gente além de converter para MP3 acrescenta um "compressor" (o efeito responsável pelo aumento dos volumes)  ou no próprio conversor a essa opção. Isso nos leva ao próximo tópico:

3)A exigência do ouvinte
Uma coisa que tornou os arquivos MP3 foi que ao invés de você colocar um CD com apenas 10 ou 12 músicas, você agora poderia colocar no mesmo cd mais de 400 músicas e de vários tipos diferentes. Isso foi o que tornou tão popular o Napster em meados do ano 2000 tomo como por exemplo minha experiência: que emoção era baixar e ouvir música que você não escutava há anos ou que antes é perdia a "oportunidade" de comprar o CD que continha essa música. Hoje em dia há um público bem diferente: eles possuem "smartphones", notebook e tablets e nem conseguem imaginar como era ter que entrar numa loja só para comprar um cd que às vezes só continha "uma música" que prestava! E apesar dá briga que há até hoje entre as "gravadoras e os sites" muitos artistas souberam (e sabem) aproveitar isso.

4)O outro lado da moeda
A MP3 pode ser culpada de fazer o "CD" perder qualidade, mas provou de que lado um fã está. Isso porque muitos artistas (estrangeiros até agora não vi ninguém do Brasil fazer isso) desistiram de brigar com MP3 e começaram a colocar nos seus sites algumas musicas ou todas músicas do seu novo trabalho disponível para "download". O resultado foi que muita gente que "não comprava CD/DVD" baixava a música escutava que o trabalho era legal, sabia que o CD tinha mais qualidade e daí comprava o original (claro que o preço não era nenhum absurdo como é aqui). Muita gente começou a se torna conhecida fazendo isso. Por outro lado mostrou também que "não está aí" em baixar em MP3 não sabe o que ouve, não tem qualidade musical ou não tem senso crítico.

5)Nem tudo o que se houve é ruim
Pra terminar nem toda conversão de MP3 é ruim. Muita gente converte MP3 e deixa muito "próximo" a qualidade do áudio original. Claro que geralmente são pessoas que trabalham com isso, que tem monitores de referência de ótima qualidade, e plugins que colocam "de volta" o que foi tirado na conversão e a além do mais faz tempo que as gravadoras trabalham já com uma música mixada para CD e outra para tocar em MP3, pois toda adaptação é necessária.

Finalizando
Muita gente questiona a qualidade da MP3 (assim como é questionável a qualidade do FLV, RMVB e MP4 em vídeo) e realmente elas tem razão pois fazer uma "carreta" virar "um fusca" sempre terá perda de qualidade. Mas as pessoas hoje em dia preferem isso elas não dão bola se há qualidade ou fidelidade no som e sim se ele está audível e compreensível.... Até quando isso vai durar, só nossos ouvidos e tempo vai dizer.

Abraços e ótimas produções!!!



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