terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Faça sua própria análise!!! Parte 1 - Teoria



Como começou um novo ano, decidi "cancelar" a sessão de análises de gravação. O primeiro motivo é porque "muitos" não gostaram dos comentários de suas gravações (e olha que eu fui bem "light" nas críticas) e o segundo motivo é que não tenho mais tempo mesmo. Mas para não deixar os leitores do blog na mão ou "cheios de dúvidas" vou ensinar você em 3 postagens como analisar sua música e decidir o caminho que ela deve tomar. Esse método foi criado por mim quando ainda comecei a gravar, por isso "não adianta procurar na internet" que ele não existe, se existir (a partir de hoje) alguém olhou e passou para frente (espero que você faça isso, pois nosso blog vive das indicações das pessoas pois não temos retorno financeiramente).


1)Necessidade! A mãe das invenções!!!
Você sabia que a primeira gravação "multi pista do mundo" foi criada por um guitarrista chamado Les Paul?(a guitarra da Gibson é em sua homenagem) e isso porque  ele encheu o "saco" de todo mundo ter que se amontoar no centro do estúdio na frente de um  microfone!!! Lendo, conversando e trocando ideias cheguei a conclusão que em uma gravação comercial, você pode ouvir todas as pistas e sons desde que você saiba onde ouvir. Primeiramente eu criei o "teste dos 20" ou seja, as frequências (sub grave, grave, médio grave, médios, médios agudos, agudos e agudissimos) isoladas por um "brickwall" em solo, seguindo o parâmetro padrão dos compressores multibanda:

20 a 120 Hz (Grave)
120 Hz a 2 kHz (Médio grave e médios)
2 – 10 kHz (Médio agudo e agudo)
10 - 20 kHz. (agudíssimo) 

Justamente para quando se fizesse o master eu pudesse ver pra onde meu som estava indo.
E essa foi a base das minhas análises quando me enviavam músicas pra mim avaliar.

2) Quando a música é somente um monte de harmônicos
A coisa mais decipcionante (pra mim também) é ver que muitas vezes sua música não "fica" no padrão comercial. Ela pode até soar alto e na cara, mas não tem "punch" e vida. O problema é que muitas vezes como somos músicos e não engenheiros de som, nos apegamos ao ouvido e não pensamos que gravação, mixagem e masterização às vezes é somente um monte de números!
Os melhores engenheiros de som são dotados de um "ouvido supremo" mas nem tocam um instrumento!  O engraçado que o erro mais comum na mixagem é a nunca tratar a música toda em conjunto, como um novo instrumento! Isso se torna obvio porque todas as pistas funcionam bem separadas mas quando unidas, viram um "bolo harmônico" sem vida. Em todas as gravações que participei com banda ou apenas sendo "auxiliar" técnico vi que cada um se preocupa com que faz na banda (o baterista com a bateria, o baixista com o baixo, o guitarrista com a guitarra e vocalista com o vocal) do que pensar como fazer "tudo soar junto" (outros amigos meus que gravam já me falaram a mesma coisa) levando a "loucura" que está mixando.
Existe um ponto na mixagem onde um equipamento de gravação que vale R$ 100.000 fica igual há um que custa R$1000, onde o instrumento de "1º linha" fica igual ao de "3º linha", onde o músico profissional fica parecido com o amador, chamado harmônicos!
O ouvido humano atua melhor nas frequências médias entre 1 - 4 kHz e nelas está justamente os harmônicos (ou frequência harmônica) que é área da música onde há o encontro entre as frequências graves e agudas e esse encontro pode ser determinante para música soar bem ou não. Nessa area é o único lugar onde você irá definir o que está em destaque ou no master (não estou falando de equalização separada e sim no conjunto total).
Se você olhar o gráfico ao lado, verá que as frequências começando em 20 Hz vão "despencando" gradualmente até chegar 18 kHz e parte que se mantém "nivelada" é justamente os harmônicos. Por isso muitas vezes mixar não é só ouvido, você tem que ter alguns conhecimentos matemáticos juntos.

3)Como analisar?


 Primeiramente você tem que conhecer as frequências e o que cada uma dela faz:


1)Fundamentais Baixas

Freqüências atingidas: de 20 a 80 Hz

 O que acontece quando isoladas?
Você ouvirá somente o famoso "rumble" ou "estrondo"Isso é bem forte em qualquer música eletrônico, de baile e até de S.U onde os graves do bumbo e do baixo são bem destacados. Para ouvir isso, você precisa aumentar  o volume do monitor praticamente no máximo. Se tudo começar a vibrar dentro da sala, está um exagero de grave! Perfeito para "pancadão".

2)Fundamentais

Freqüências atingidas: 100 a 600
 O que acontece quando isoladas?


As notas fundamentais em um instrumento é a nota que dá o chão a música. Na música moderna ela parte do A (Lá) afinado em 450 Hertz para todas as outras notas. Quando isolamos essa frequencias, o que iremos ouvir é a tônica de cada nota, porém ainda misturado com o grave.Essa região faz parte do chão da música, dando força a mesma. Você consegue escutar ela a partir de um volume médio.

3)Harmonicos 
Freqüências atingidas: 1k a 4k
 

 O que acontece quando isoladas?
Sem dúvida essa é area que mais importante da mixagem/master. O motivo é bem simples: os harmônicos é a parte da música que se mantém no mesmo nível já que a tetendência das frequencias é caírem começando pelo grave até o agudo. Se você isolar as freqüências dos harmonicos ouvirá praticamente tudo, porém os instrumentos graves soarão sem força e os agudos sem brilho. Os harmônicos são a junção das frequências onde se origina os médios. Na realidade separadamente numa mixagem, o harmônico no instrumento dá o "timbre" e no master ele coloca o que você quer em destaque. Por exemplo, se quiser destacar mais a voz na mixagem, pode se usar um "harmonic exciter" para que no master, a voz saia mais em destaque em relação ao resto e muitos relatos há engenheiros de som que substitue uma equalização "radical" por esse efeito apenas.


Restantes (ar, distorção, brilho)
Freqüências atingidas: 4) 6K a 8K5) 10 K - 20 K
 O que acontece quando isoladas?
Aqui é o final do timbre. Entre 6 - 8 kHz quando isoladas, escutamos a voz fraca, o fuzzy da guitarra, o início do kick e bastante os pratos da bateria. Entre 10 - 20 kHz você apenas escutará o "ar" da música, ou seja, como se ouvisse a mesma a quilometros de distância ou apenas estática. Porém, aqui há dois fatores importantes: ganhos/cortes aqui podem abrir aquela gravação que está fechada além de fazer a música brilhar, por isso é uma parte importante.


Como fazer?
Você tem que usar um equalizador paramétrico em forma de "Sweep Filter" (varrer a frequência).
Ele funciona como esse vídeo abaixo:


    


Você irá fazer a mesma coisa que em 01:11 pegar a freqüência deixar entre dois pontos e "isolar" os outros: Por exemplo, a figura abaixo mostra como varrer nas freqüências desejadas.


A teoria está aqui. Agora tente fazer isso! Aconselho primeiro a você fazer numa música comercial e depois na sua. Semana que vem, termos um vídeo sobre o assunto!!!

Abraços!!

Nenhum comentário: