Não importa qual o processo de "masterização" ou "finalização" que você faça, nada vai funcionar sem um bom "grude". Na verdade, essa "expressão" não existe e foi inventada por mim (como inventei o termo "golfinho" para definir "fade in/out" numa guitarra) esse é um termo que vou usar para você entender a postagem de hoje. Pra começar quando me pedem para analisar uma gravação, 90% dos casos é a "falta de percepção de ambiente" que uma coisa nada fácil pois requer "treino" e isso vem com o tempo a menos que você faça um curso prático. Um "grude" bem feito cai pela metade seu desempenho com o "equipamento" e te deixa bem perto de um som grande e bastante audível! A iimportância de uma colagem bem feita irá determinar as finalização da música principalmente "quando se deixe o volume em níveis comerciais".
DAW: Qualquer uma
Dificuldade: Médio/Difícil
Vamos aos tópicos
1.A importância do Spectrum Analyser
Quem acompanha o blog, sabe que insisto no estudo do plugin "Spectrum Analyser"
isso porque sem ele você não irá conseguir resolver os problemas de "mascaramento" que impedem a música de soar.Se você sabe analisar, então sabe pra onde ir. Não caia nesse papo do "ouvido". Ter o ouvido é fundamental, mas ver o que se faz é essencial!
2.Elimine as impurezas!
Não adianta reclamar, com ruido você não sai do lugar! Para quem grava em casa chega a ser um assunto "bem chato" pois como sua casa não é projetada pra gravar o aterramento elétrico pode ser um "terrível inimigo". Por isso eis aqui algumas sugestões que já comentei em outras postagens:
- Compre cabos de aúdio de qualidade (Santo Angelo, TechSound, Planet Waves) se for fazer (ou pedir para uma eletrônica fazer) de preferência a marcas "nacionais" (tantos cabos como os plugins) pois eles tem melhor "blindagem" que é essencial contra ruídos.
- Procure verificar se sua rede elétrica é bem aterrada! Se não for, tente fazer uma "tomada com aterramento" para seus equipamentos e o computador.
- Não use no break! Ele possui harmônicos que afetam diretamente o som!Prefira os estabilizadores.
- Dê preferência a placas de som, mesa de som ou adaptadores para mesa USB. A gravação em USB gera menos ruído para o computador.
3.Dobras
Taí uma dica que todos os sites de gravação internacional dão é que pouca gente leva a sério. Dobre!
Não adianta, dobrar o som deixa ele mais "cheio". As dobras se aplicam mais em vocais, piano acústico, violão e guitarra por possuírem um som "seco" e também por serem "a parte que mais tem que se destacar". Aqui nesta postagem, um artigo só sobre o assunto!
Como conseguir um "grude rápido"
Primeiro de tudo você tem certeza que fez todos os passos de mixagem, ou seja: resolver conflito da voz com os instrumentos, equalizar, fazer pan, corrigir o volume ou o método que você sempre faz, antes de começar a mexer nos Buss/Aux pois é usando somente 2 busses que vamos fazer um "grude rápido". Após isso, você pode até colocar os mais Buss/Aux mas primeiramente entenda somente com dois.
O primeiro Aux/Buss pode colocar como vocal, e o segundo como trilha. Dentro dos dois coloque os seguintes plugins (na sequencia): Equalizador paramétrico, Reverb e Compressor.
Ajuste o equalizador.
A proposta aqui é você deixar o volume do Aux/Buss na mesma altura. Se você sentir que a voz está coberta pelos instrumentos, corte os instrumentos nas faixas de conflito com o equalizador. Se você sentir que a voz precisa de mais "gás" aumente ou corte na zona de conflito com o equalizador. O desafio aqui é deixar tudo "próximo do som ao vivo".
Colar com Reverb
Ainda é a maneira mais fácil de colar. Se você escutar somente a trilha da maioria das músicas internacionais vai escutar como a compressão e o reverb são exagerados! Antes eu acreditava que era ma coisa mais "oitentista" mas depois que eu vi gravações da Lady Gaga e do Evanescence vi que isso ainda é muito usado! O que mudou é que além das novas tecnologias, os engenheiros de som isolaram mais os "aquários" porém a forma de colar continua a mesma. O principio parte de você definir um ambiente para ambos os aux. Por exemplo, vamos supor que você escolheu um reverb tipo "room", então você define primeiro o valor do reverb da trilha (buss/aux2) e depois na voz (buss/aux2) tenta achar o valor do reverb até encaixar com o reverb da trilha. Para executar essa ação, basta apenas você mexer no knob que determina "a quantidade de reverb" (alguns tem o nome de dry/wet, outro reverb amount) tentando encaixar os dois sons no mesmo ambiente. Porém cuidado! Se você já gravou algo com reverb, procure deixar um valor "baixo" para não embolar o som!
Colar com Compressão
Isso é a técnica mais comum entre as gravações nacionais (pois os produtores preferem manter a transparência do som). A técnica não é tão complicada como a do reverb, o segredo aqui é procurar manter os níveis de "attack" e "release" atuando em diferentes tempos em cada Buss/Aux mas criando um único som. Por exemplo, colocar a voz em - 6dB com Attack 25 ms e Release 125 ms e colocar a trilha em - 3dB com Attack 15 ms e Release 50 ms. Fazendo ajuste nesstes parametro o som fica igual e cola. Muitos também preferem usar o "sidechain" para deixar a voz "pulsando" com a "trilha".
Colar criando em torno da voz
Outra técnica bastante usada para quem quer deixar o natural. Aqui o contexto também sugere algo bem exato. A maneira mais prática para se construir aqui é você:
1)Definir exatamente a voz (ou seja, ela tem que estar pronta)
2)Pegar trilha por trilha e analisar com o "Spectrum Analyser" como a voz se comporta com essa trilha. Exemplo: Voz - Bumbo, Voz - Caixa,Voz - Pratos Voz - Baixo, Voz - Guitarra. Porém tenha cuidado para o não "descaracterizar o som'.
3)A partir disso, você pode decidir colar com o reverb ou com a compressão ou até com os dois.
Não existe muito material sobre a técnica de colagem por isso, sugiro que você análise bem suas músicas favoritas para uma melhor compreensão. O motivo é bem simples: a diferença entre a música amadora e música comercial está aqui, por isso mãos a obra!!!
Abraços!!