domingo, 3 de maio de 2015

Produção: em tempos de playlist

Quando você grava logicamente você vai se "aventurar" pelo conhece.
Tente convencer um roqueiro a gravar um sertanejo, ou um sertanejo a gravar uma MPB, ou sambista a gravar uma dance music e assim por diante.
https://hectorsaanz.files.wordpress.com/2009/10/imagen-electro.jpgVontade até eles tem mas não correm o risco seja por motivo pessoal, por falta de conhecimento, pelos fãs ou pelo mercado mesmo.
Porém nos vivemos há duas gerações que são baseadas pelas "playlist" seja do computador,no carro,celular, tablet ou outro meio de reprodução como aparelhos de som.
A questão é que dificilmente  o ouvinte comum (aquele que não é fã de uma coisa só) fica ouvindo o mesmo estilo direto (a menos que esteja num ambiente para isso) pois a maioria gosta mesmo de fazer uma "playlist" com umas 300 músicas (nacional e internacional) e colocar em modo "aleatório" deixar rolar e o motivo pra isso é porque a maioria das pessoas gostam de ouvir músicas de estilos diferentes porque não gostam de ficar ouvindo um estilo só.


Se ouvinte é assim, porque o músico não é assim? 
Isso ainda é um ponto pouco explorado na música independente justamente porque queremos permanecer no "laço" do estilo que gostamos. Com a tecnologia que temos de gravar em casa acho que temos este "luxo" hoje em dia de nos aventurar por outros estilos que não sejam o que aprendemos ou até mesmo gostamos, embora seja algo muito pessoal para entrar em discussão. Muitas vezes o que permanecia a gente num estilo só era justamente o fato que não tinhamos como gravar outra coisa porque não tínhamos os equipamentos pra isso.
Mas agora com tanta coisa que tem para gravar (falo das DAWS, plugins, loops) basta usar a criatividade, lógico sem esquecer de estudar porque sem estudo nenhuma música sai do lugar pro mais simples que seja.

http://curiosidades.batanga.com/sites/curiosidades.batanga.com/files/Como-afecta-la-musica-a-nuestro-cerebro-1.jpgClaro quem tem banda ou quem toca em bares sempre procura tocar de "tudo um pouco" mesmo que não goste para agradar a todos e para ter mais chances de ter novamente um novo contrato no lugar que está tocando, mas em gravação normalmente não ouvimos isso por causa realmente do gosto pessoal.
O mais engraçado é que se as pessoas normais estão fazendo isso todos os dias alguém já notou que as "grandes gravadoras" não seguem a mesma lógica? Eles ainda preferem promover somente um estilo do que vários e isso é uma coisa que não vem só de hoje em dia e nem é algo que acontece no Brasil e sim no resto do mundo ou seja e por mais que muitos não queiram aceitar a "política do politicamente corrreto" chegou na música também, tanto que muitos artistas/bandas são mais promovidos muitas vezes por irem de carona em causas sociais do quê pelo seu talento e o mais engraçado é que aqueles projetos sociais musicais que ensinam violão, teclado, guitarra, violino ou outro instrumento sem ser percussivo, nunca são mostrados (pelo menos com frequência) pela mídia!
Nunca fui uma pessoa de compor num estilo só, sempre gosto de compor a música pensando no estilo que ela iria ficar melhor e por isso que muitas vezes uma música que você não gostou dela originalmente, você passa a gostar da mesma gravado com outro estilo e isso quando é aprovado pela maioria é um grande sinal de que aquela música não casou com o estilo que ela foi gravada originalmente.
Um caso por exemplo seria a música "Easy" de Leonel Ritchie. A versão original quase nunca é lembrada (nem por quem é dos anos 80) pois as pessoas conhecem mais a versão do "Faith no More".


     Easy - The Commodores (Original) 



   Easy - Faith no More (regravação) 


E dá para fazer uma música sem ser propriamente o estilo da banda/cantor?
Pegue essa música acima como exemplo o que ela tem haver com o estilo do Faith no More?
Uma banda de Metal (foi uma das percursoras do New Metal) tocando uma balada "bem melosa".
Uma banda muito conhecida pelos roqueiros é a "Bloodhound Gang" (eles fazem uma mistura de grunge com punk) porém a música que deixou eles famosos no mundo todo nem foi uma no seu estilo e sim uma eletrônica!
"The Bad Touch" foi uma das músicas mais tocadas em 2000 no mundo inteiro e com
 a ajuda seu "videoclipe" politicamente incorreto!

    The Bad Touch 



 A banda já era conhecida mas ao fazer uma música num estilo diferente do seu ficou bem mais famosa! E eles mudaram para o eletrônico? Não mesmo! Continuaram fazendo seu rock alternativo!
Não muito diferente foi a banda gaúcha "Comunidade Ninjutsu" que fez uma música misturando o "funk carioca" com o Rock Pesado chamada "Merda de Bar" (que possue o riff clássico da cultuada "Sunshine your Love") assim como o "Defalla" (também gaúcha) com seu hit "Melô da Popozuda".

     Merda de Bar 



     Melô da Popozuda 



Precisaram mudar o seu estilo? Não mesmo!
Pense nisso quando for compor!!!
Muitas vezes você já tem o bilhete premiado nas mãos!!!
Basta mudar o estilo da música e ficar conhecido!!!

Abraços boas gravações e ótima semana!!!

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