terça-feira, 27 de abril de 2010
Gravação: fazendo sua música soar alto 2
Criei essa postagem, justamente por “não encontrar quase nada sobre o assunto” por aí. Muita gente fica “presa” em regular os volumes e os timbres, e esquecem o resultado final. Para quem trabalha nisso, hoje em dia o maior (e ridículo) desafio é deixar sua música alta. Não sou de comentar muito mais CDs como Revelations do Áudio slave e o Chinese Democracy dos Gun´s Roses estão tão altos que chega doer a cabeça mesmo em falantes de computador! Se fosse algo alto e oudível, mas tudo está tão “comprido” que parece um martelo direto na sua cabeça (quem tiver os mesmos extraia uma das trilhas e observem como estão quadradas). Não estou falando das etapas de gravação e mixagem, pois isso é coisa da masterização. Mas como temos que seguir “essa ditadura” o desafio aqui pra quem tem um estúdio em casa ou um estúdio pequeno é descobrir uma maneira de fazer isso. Como saber se sua sua música está soando alto como outra do mesmo estilo ou como a(s) música(s) referência(s)? Bom meu conselho é o seguinte:
1.Faça a mixagem da sua música e queime um CD (pode ser também só o arquivo de áudio)
2.Com a música pronta, extraia a mesma do CD (ou pegue o arquivo de áudio) e coloque numa pista do seu programa de gravação (Sonar, Cubase, Acid, Reaper ...)
3.Coloque no num “bus” ou no “máster” do programa um plugin analyser (eu uso bastante o Izotope Ozone, Roger Multimeter e Wavez Paz Analyser
4.Agora você precisará de atenção: se sua referência estiver mais alta ela obviamente irá cobrirá que sua gravação, e estiver tudo meio bagunçado mas homogêneo (volumes iguais) ela pode estar no mesmo volume (jogue uma trilha para direita e outra para esquerda para sentir isso as duas tem que soar iguais ou parecidas no “meio” de sua cabeça)
5. Se sua gravação estiver mais alta, cuidado! Ou você acertou em cheio, ou está tudo comprimido demais! (veja o vídeo abaixo)
6. Se nada disso estiver funcionando, tente copiar com um equalizador as mesmas freqüências da música referências (o Izotope Ozone tem opção “matching”, ou seja copia uma freqüência e cola em outra) porém, já alerto que em poucos caso isso funciona com sucesso. Você pode tentar “abrir as freqüências”, como já comentei aqui porém cuidado ao fazer isso, pois na masterização você não puxa uma freqüência somente, puxa todas em conjuntos. Passar mais um compressor ou Limitador se aumentar as freqüências é válido. A recomendação dos produtores é sempre baixar as freqüências e não aumenta-lás.
7.Se tudo distorceu e bagunçou, comece do zero a mixagem de novo, dessa vez experimente aumentar pelos menos 1 Db cada pista e assim por diante.Muitas vezes uma música não soa alta devido a “guerra dos picos” e “mascaramento acústico” entre os instrumentos e outras vezes devido a “quantidade de instrumentos” do mesmo (por isso que música clássicas nunca soam altas). Repita o processo.
8.Cuidado com sua referências! Música de 1970, 1980 e início 1990 são baixas para os padrões de hoje. Procure referências a partir do ano de 2000 ou CD remasterizados.
9. Nem tudo de depende da masterização. Leia aqui mais sobre isso.
10. Converta para mono: muitas vezes a quantidade de pistas gravadas em estereo pode ser um fator na hora de aumentar o volume. O cálculo é simples: se a pista gravada em estereo tem 100% e você posiciona-lá em 25% no lado direito, ainda no lado direito ficará restando 75% do som! Com o mono não acontece isso! Coloque umas pistas em mono e teste o som.
Uma dica preciosa!Anote tudo o que está fazendo! Desde a gravação, mixagem e masterização! Vale a pena a tirar fotos ou gravar vídeo do seu trabalho!Anote volumes, pans, regulagens de equipamentos e plugins! Você pode criar uma tabela com Word ou Excel também!
Lembre-se: tudo em gravação de depende de equipamentos, instrumentos e desempenho. Tudo em mixagem depende de bom gosto e ouvido. Tudo em masterização depende de paciência!
Abraços!
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