quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

Gravação e mixagem: VSTi vs Instrumentos Reais - Caminhos para fazer uma banda virtual

Em 2011 publiquei uma postagem chamada "Instrumento real vs VSTi" onde nessa postagem
comentei sobre o uso do VSTi (plugin de instrumento virtual) para substituir os reais.
Passado 4 anos muita coisa mudou em relação a gravação e os VSTi ficaram muito mais evoluídos, como no vídeo abaixo que mostra como está a qualidade
de um dos VSTi mais usados nos estúdios em todo mundo
o Native Instruments Battery 4.




Os VSTi nunca irão substituir os músicos de verdade, afinal sem bateristas, baixistas, guitarristas, tecladistas, etc ... Não tem como os plugins evoluírem!
Sem contar que ao vivo sempre será necessários músicos (a menos que você queira dar uma de David Guetta) e muito mais que isso, sem um músico que entende como funciona todos os processos dos instrumentos (como a levada de uma bateria, um slap de baixo, a sincronização da mão esquerda/direita num violão) o VSTi se torna inútil, porque tudo irá
soar como "demonstração" de teclado Cássio!
Mas uma coisa é verdade: o VSTi diminuiu os custos de "horas de estúdio" pois muitas vezes quando um trabalho precisa ser rápido o VSTi pode diminuir "absurdamente" a quantidade de instrumentos usados, desde por trás dele esteja um compentente músico e arranjador.
Porém o uso tanto de VSTi quanto de um teclado/sintetizador ainda gera umas polêmicas principalmente por parte de quem defende que uso deles torna o som inatural como se houvesse um "robô" tocando e por isso coloquei abaixo algumas vantagens e desvantens de usar o VSTi.

Vantagens do VSTi
1.Diminui o tempo de produção.
2.Dependendo a qualidade, os ajustes de mixagem são mínimos.
3.Não possuem ruídos elétricos e nem vazamentos de microfone.
4.Problemas são rápidos de serem resolvidos na mixagem.
5.Todos os arranjos podem ser facilmente guardados em qualquer arquivo MIDI

Desvantagens do VSTi
1.Alguns instrumentos de cordas (como violão e guitarra) estão longe da perfeição.
2.Sem um músico que entenda o instrumento simulado, pode tornar o mesmo  artificial.
3.Samples de má qualidade soam como amadorismo.
4.Demora-se para pegar o jeito.


Eu por exemplo só trabalho com VSTi e as únicas coisas reais nas minhas músicas são a guitarra, o violão e a voz. Claro que faço isso porque não tenho banda e quando tinha, uma das coisas que fazia era construir uma música com as minhas ideias de arranjo mostrava para o pessoal e daí eles mudavam as coisas de acordo com seus instrumentos e isso é uma coisa bem comum. Já li que muitos artistas fazem isso. Então se você deseja tentar montar sua "própria banda virtual" usando o VSTi eis aqui alguns métodos:

DAW: qualquer uma que possue "Piano Roll" ou "Staff Mode" (partitura)
Dificuldade:exige noções musicais de composição e  também conhecimento de instrumentação.

OBS: Esse conhecimento é fácil de ser encontrado na internet em sites, publicações e vídeos.

Método 1: Piano Roll
"Piano Roll" é uma parte na DAW (Acid, Sonar, Fruit Loops) que permite você desenhar as notas. Ela usa como base um Teclado de Piano onde você define o tempo, as pausas e a intensidade das notas.
Normalmente é usado por quem não tem muita afinidade com teoria musical (como noções de tempo e nomenclatura) e por isso se torna o preferido no uso de criação de música eletrônica pois uma vez que você sabe como tocar e pausar as notas o processo é bem simples.
O vídeo abaixo mostra como funciona esse processo no Fruit Loops:



A versão da bateria é a mesma coisa. Porém algumas DAW (como o Sonar) usam os nomes da peças para criação e outras como o Fruit Loops (vídeo abaixo) usam blocos de 4 tempos, além da opção de escrever pela partitura através do piano roll.



Pra finalizar ouça uma das minhas músicas eletrônicas preferidas "Cadeia Já do DJBBox" que começou brincando com o Fruit Loops e hoje em dia faz músicas muito legais!
É uma das provas que dá para fazer uma boa música mesmo sem ter feito isso antes!



Método 2: Midi 
90% das duplas sertanejas (incluindo as famosas) tiveram sua primeira gravação, através de arranjos MIDI. E não só elas, vários outros estilos também. Se uma banda tem um bom tecladista, muita vezes se torna mais viável fazer um trabalho em MIDI do que gastar horas/dinheiro num estúdio mas claro que estamos falando daquelas que estão começando ou que querem economizar mesmo!
Nesse ponto tanto o sertanejo, as bandas regionalistas (forró, gaúcha) sempre tiveram a frente das bandas pop/rock porque eles nunca tiveram preconceito com MIDI.
Esse processo é complicado porque você precisa ter/ser um bom tecladista ou pelo menos um que queira gastar algum tempo de prática para conseguir fazer a sequência e fora isso, você tem que domínio no seu instrumento e não falo do teclado e sim modelo dele.
Por exemplo, se você tem um Korg Krome e sabe de "cabo a rabo" como o mesmo funciona, irá produzir praticamente o que quiser como no vídeo abaixo:



A música abaixo foi feita por um amigo Eraldo meu que é vocalista e tecladista. Ele fez num teclado Korg (não recordo o modelo mas acho que foi o modelo Triton), gravou no computador, colocou
a voz e o violão e este foi o resultado. O nome da música é tupiniquim.




Método 3: Mascará de Partitura
Bom, nem sei se esse termo está correto! Pois acabo de inventar!
Mas basicamente isso é pegar uma música MIDI e ao invés de tocar os sons padrão, colocar uma "mascará" nos mesmos com VSTi. Um bom exemplo que dou disso, é a música Alive (Pear Jam) do KaraokeFun, um site de Karaoke., parece real, mas pra quem tem o ouvido treinado vai notar
que é tudo sintetizado.
Esse método apesar de deixar a música bem realista (pois dá para controlar a intensidade, tempos e nuances) após passar o plugin também é o mais trabalhoso de se fazer pois requer conhecimento em
partitura desde a composição das chaves, até divisões e figuras rítmicas. É necessário algum tempo de prática para fazer isso.
A música abaixo é Cabeça de Loça é eletrônica (jungle+funk+techno) parece ser feita no Fruit Loops. Mas só a voz que não foi feita, o resto foi tudo escrito no Encore, inclusive
o side chain do kick! Confira:




Já a segunda música é um rock de um amigo meu Victor onde a única coisa que é real é são as guitarras e a voz. A bateria e o baixo foram feitos no Fruit Loops.




Por hoje é só pessoal!!!

Ótimas Gravações!!!

Nenhum comentário: