segunda-feira, 27 de junho de 2011

Masterização: utilizando o sistema KH Master Multitrack – Parte 1

Pra começa a semana, vamos um truque simples para deixar todas as músicas no mesmo volume criado por mim. Não garanto a eficácia, pois não sei o que você está usando, o que posso dizer é que suas músicas (dependendo o gênero) terão entre 1% ou 2% de diferença de volume uma para outra se você souber usar “seu ouvido” e os “analisadores” de forma eficiente.

Por que as músicas não saem no mesmo volume?
Sinceramente, pra mim isso ainda é uma coisa a ser aprendida. Lendo livros eles falam muito do uso de equipamento, conversores A/D, D/D e salas brancas, porém pra quem tem um home studio ou um pequeno/médio estúdio não há como ter esse luxo. Leio muitos tópicos sobre o assunto, mas sinceramente os que usei tiveram quase nenhuma eficácia. Por isso concordo com muitos produtores “rígidos” sobre o assunto: um bom máster depende totalmente da mixagem e da qualidade da gravação. Se ela está bem feita, nem é preciso passar pelo processo.

Som fechado
O primeiro princípio que algo ocorreu de errado na mixagem ou até na gravação é a falta de naturalidade do som. Quando finalmente colocamos todas as trilhas da música numa pista só, todos nossos parâmetros de equalização, efeitos e compressão se juntarão formando a música que gravamos. Se os parmetros estiverem corretas você estará escutando clara, porém baixa para o padrão comercial, do contrário ela estará baixa e fechada. As causas dissos são sem dúvidas primeiramente o equipamento usado e segundo a conversão da placa de som. Caso você tenha isso de ponta, então o erro está na mixagem!

RMS: é uma dor de cabeça!
Você provavelmente já viu aquela história que um aparelho de som tem 1000 watts POMPS e apenas 30 RMS e isso também acontece na sua gravação, porém de uma outra maneira.
Você passou um compressor de 6:01 threshold/ratio, colocou o input em +2 db e o output em – 0.9 db e ainda tudo está distorcendo ao invés de estar alto e claro?
Isso é sinal que sua música tem volume, mas está quase sem nenhuma qualidade RMS. E novamente, como se consegue esse volume? Na gravação. As pessoas tem mania deixar se levar pelo “metter” da DAW ao invés de seus ouvidos. O metter indica a altura que está sendo gravado o som, mas não indica a qualidade do mesmo (não sei se há plugin para isso) ou seja, muitas vezes se você gravar em alta qualidade há – 6 db é muito melhor do que gravar com uma qualidade razoável há – 3 db. A qualidade no RMS é conseguido também com os cortes certos na equalização e ajustes corretos na compressão. Se você souber quais são os instrumentos mais altos e souber casar direito com os instrumentos mais baixos, pouca coisa muda na hora do máster.

Estilos diferentes, forças diferentes
A música pode ser medida em força. As passagens com mais densidades sempre são os graves, seguida dos médios (densidade média) e dos agudos (fraca densidade).Isso irá refletir de cara no nosso máster. Um truque bem simples é pegar o plugin DR-T Metter e analisar uma música rock, depois um metal, depois um sertanejo, depois um rap e depois uma balada romântica. Você irá notar de cara que os volumes e a dinâmica, variam de uma música para outra. Isso quer dizer, se você colocar elas num aparelho de som, dificilmente todas terão o mesmo volume. Isso acontece muito quando ouvimos uma rádio: daqui uma música está alta, daqui a pouco está baixa e quando você percebe é só mudar o estilo da música que o volume muda junto. Músicas com muitos instrumentos, sempre são sujeitas a serem mais baixas que músicas com pouco instrumentos e isso acontece pois há mais espaço no campo estéreo para o volume.
Quando a música possue muitos instrumentos podemos colocar alguns num volume bem baixo apenas para preencher espaço, ou ainda em arranjos. Não se preocupe, pois na hora do máster, com certeza eles serão ouvidos!

Não sabe a posição (pan) dos instrumentos? Um velho truque da escola dos estúdios caseiros!
Aqui já postei muito sobre posicionamento (pan) dos instrumentos, mas para aqueles que ainda não conseguem acertar o mesmo eis um truque: voz no meio, instrumentos graves para esquerda, instrumentos agudos para direita. E como perceber se isso funciona? Pegue qualquer música bem masterizada, coloque o pan para esquerda e você irá perceber que os graves estão lá, coloque ele para direita e perceba que os agudos estão lá também, porém a voz sempre permanece igual nos dois lados!

Fazendo a masterização
Após você ter separado a pistas, você deve colocar no máster uns plugins ou apenas um plugin (no caso se for de máster como Ozone 4 ou T-racks 3) para fazer as seguintes etapas:


A) Equalização

O nosso ouvido escuta muito bem entre 1 – 8 khz e antes ou após disso, é necessário usar uns truques para ouvir as demais freqüências. Na masterização, o que temos que fazer é dar “low end” e “high end”, como na figura abaixo:





Esse tipo de equalização é muito comum em presets para função de masterização, porém se a mixagem não estiver bem ajustada, ao invés de som, você vai só acrescentar “fadiga” por isso tenha cuidado pois fazendo você vai subir todas as freqüências até mesmo as graves!Muitas vezes você precisa só de um ajuste cirúrgico, ou seja fazer um ajuste de uma oitava, e ficar varrendo o som até encontrar o ponto certo, como a figura abaixo:





B)Compressão

Quando falamos em compressão “pura” ou “vintage”, é quando pegamos um compressor e geralmente colocamos o ratio/threshold em 6:4, o attack em 20 ms, o release em 269 ms (depende muito do seu ouvido, ou do tempo (bmp) da música) e output em – 0.2 dB. Alguns preferem “deixar” alto valendo, nesse caso o release fica num valor “bem baixo” (nesse caso enquadra a onda), porém outros preferem aumentar o input (se o compressor tiver a função) ou ratio, para aumentar o release, deixando a música com uma sensação de pulsação, como se fosse um sidechain. Porém na compressão existe outros plugins que podem auxiliar a mesma:

Ganhos Harmônicos (harmonic gain)
Plugins com essa funções, fazem com que os harmônicos dos instrumentos realcem. Porém para isso, eles deverão estar bem gravados, equalizados e mixados, pois se por acaso sua pista estiver com ruídos elétricos, possivelmente eles virão a tona! Se caso você ouvir que som ficou pior do que melhor, é possível que há ruídos elétricos, e daí nem é bom usar essa opção.

Simulação de Vávula (tube warm)
A simulação de válvula ou tube warm, tenta “imitar” o som quente de uma vávula. Porém nem todo plugin consegue fazer isso, e ao invés de melhorar o som ele pode é piorar. O que vale aqui é testar, se melhorar muito bom! Senão, deixe pra lá.

Compressor multi banda (multiband)
O compressor multibanda pega as freqüências de uma determinada área e a comprimi sem distorcer o som. Ele é muito bom para “isolar” um freqüência que não conseguimos fazer usando o equalizador e muitas vezes, até substituir o mesmo.

C)Stereo Enhancer
Esse plugin colocará nosso som dentro do campo estéreo.
A maioria dos produtores prefere usar tudo centralizado, como se o campo estéreo fosse um círculo:
Isso você só poderá ver com um plugin de stereo analyser, porém ele pode ser “sentido” também. Quando o que você posicionou para esquerda está realmente na esquerda e o que você colocou na direita está realmente na direita, o som está certos. Você também pode fazer uns estéreos radicais de pan de 100% para ambos lados, porém isso é melhor com arranjos, para o mesmo não sair fora de fase. O som pode ser centralizado logo na mixagem, desde que forme uma figura totalmente estéreo, porém na masterização você pode colocar um plugin de stereo enchancher para reforçar o campo e corrigir imperfeições. Assim como o compressor e o limiter serve para não estourar o som, esse plugin serve para o som não sair do eixo estéreo.

Plugins VST, DX ou RTAS?
Os plugins DX tem menos qualidade que os VST, porém são mais leves!
O VST ainda é a melhor de qualidade de som porém pode ficar pesado quando usado em corrente.
O VST em relação ao RTAS (que exclusivo do Pro Tools) é mais pesado, pois o RTAS trabalha com a rota do equipamento instalado na DAW e o VST com o processo do computador. Porém muitas vezes nada disso importa. Plugins em cadeia do mesmo fabricante é que fazem a diferença no som! Quando fazemos isso, temos certeza que ele está trabalhando como o mesmo processo matemático. Se colocarmos um plugin de um outro fabricante, talvez na hora o som fique legal, mas quando juntamos esse plugin ao som, o mesmo pode mudar!Aqui o certo é sempre testar e ouvir.

Até aí beleza? Na próxima postagem mostrarei como fazer a masterização!

Abraços!

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Mixagem: Quando os "plugins" enchem o saco!

Toda a gravação é uma evolução!Não importa se você não tiver experiência ou se um "expert" renomado. Porém nesses tempos de Home Studio com tantas dicas na internet é muito mais fácil a gente "dar o pontapé" inicial. Quando comecei também achava que a placa de som instalada no meu computador (No caso uma Sound Blaster 16 PCI) dava conta do recado, pois também era outro que "achava" que o equipamento externo resolvia o problema! Quando descobri que uma placa de som profissional faz a diferença, comprei um M-Audio USB externa e achei que agora que tinha uma entrada mais "profissional" poderia esquecer os equipamentos externos. Daí então descobri que precisava "montar um rack" (mesa de som, equalizador, compressor) para fazer o som entrar mais "quente" no computador e quando finalmente achei que tudo estava resolvido descobrir "mais um monte de coisas" e a lógica mais cruel de uma gravação: não adianta ter um equipamento de R$1000,00 e querer que as gravações saiu como as gravações onde se investe "um milhão" em equipamentos. E ainda nem comecei a falar do ambiente....
Bom, depois de passar por "várias" experiências você acha que conseguiu achar o equipamento certo. Não precisou gastar um milhão, mas soa como se fosse feito por um e você tem que começar a se perguntar? Se que vale a pena passar tantos plugins?
A maioria dos donos de gravadoras de pequeno/médio porte e produtores que com troco idéias sempre costumam a "minimilizar" o uso de plugins. Errado passar muitos? Não se o som que você busca é algo que precise deles, porém na mixagem vejo que "exagero" de plugins pode causar algo inesperado.

Uma questão matemática
Para você ter em mente a idéia do que acontece “matematicamente” no seu som primeiro convido você a pegar um editor de som (como o Sound Forge ou Wavelab) abrir um arquivo de áudio (de preferência uma pista da sua gravação) e dar um zoom.
Quanto mais zoom a onda vai “enquadrar” até ficar parecido com isso:








É isso que o computador nos mostra, mas se houvesse uma maneira de “visualizar” (possa ser que até tenha, desconheço) os plugins passados no som, veríamos algo como a figura a abaixo:

Som analógico – Esse um som analógico normal, sem a adição de nada e também sem nenhum tipo de conversor A/D (analógico digital)]
Noise Gate – Esse plugin noise gate foi passado no som para limpar ruídos de intervalos.
Equalização – Após a adição do noise gate, foi mexido no som com um equalizador.
Reverb – Após o som sair como você quis, foi adicionado um reverb.

Aqui pode ocasionar o problema: se sua placa de som não for boa ao invés de um sinal continuo, você terá um sinal quebrado. Por outro lado, mesmo que você esteja usando uma DAW Pro Tools com todos os plugins em RTAS, em algum momento você terá essa “quebra” pois ainda teremos muitos processos matemáticos.

Solução: modo real
Como os plugins são processos matemáticos, desconheço uma maneira melhor do que trabalhar com os mesmo numa mixagem em tempo real. Ou seja, acrescentar os plugins e rodando os mesmo em conjunto. Um truque que aprendi recentemente é primeiro equalizar o bumbo (kick) e a caixa (snare) colocar no mesmo volume e partir deles “casar” os outros instrumentos, porém após eles ficarem casados, praticamente todos os volumes devem ser “zerados” para que possamos construir a mixagem em torno da voz (pois ela sempre é o instrumento principal). Isso dá trabalho, mas o resultado é muito satisfatório o problema que queremos “coisas rápidas” principalmente quando o cliente está nos pagando por horas trabalhadas (no meu caso, prefiro fechar um preço X com o cliente para com que possa trabalhar em “paz” na hora da mixagem)e o que vai acontecer com até mesmo o melhor equipamento, quanto mais plugins colocarmos nas pistas teremos uma redução no desempenho do processador do computador e é aí que entra o consenso: tentar trabalhar com o mínimo de plugins.

Então o que fazer?
Nesse caso, podemos apelar por uma função salvadora, chama “auxiliar)
Quando gravamos uma banda teremos 8 canais para bateria (dependendo o kit que ela usa), um para o baixo, um para guitarra, um para o teclado (ou outra guitarra) e um para voz (2 se houver back) e logo criamos auxiliares (aux, buss) para cada seção. Uma maneira prática e rápida e que todo mundo usa é fazer “casar”, por exemplo, o bumbo com o baixo num Aux, o resto da bateria no outro, um só para sessão rítmica e outro para as vozes, porém quando você começar a colocar os plugins nas pistas e ainda mais algum no auxiliar o som, o processamento vai pesar. Nesses casos, apelamos para um “pré máster” que nada mais é fazer um “ajuntamento” dos seus auxiliares numa pista só em estéreo ou mono dependendo o que quer.
Quando por exemplo, colocamos a seção da bateria e do baixo numa pista só, podemos até deixar o resto na tela, pois você irá fazer um “compilamento” de som (no caso tiramos as 8 pistas da bateria e mais a do baixo e colocamos apenas em uma pista) Ou seja, sua gravação que tinha 16 pistas e 4 auxiliares, agora passa ter 7 pistas e 4 ou 3 auxiliares (dependendo onde você vai colocar o aux da bateria). Há casos em que podemos colocar tudo em auxiliar só (no caso os instrumentos) e outro para a voz (isso é uma técnica mais comum do que você pensa principalmente se você pedir para um estúdio fazer masterização).

Evite achar que um plugin resolve a vida!
Muitas das gravações que analiso (seja que me pedem ou até mesmo um cd comercial) o que vejo é um passamento excessivo de plugins. A melhor solução quando um som não fecha na mixagem é refaze-lo, ou seja: gravar novamente!

Ótimo fim de semana!
Ótimas gravações!



O som gravado no computador não é a mesma coisa que um sou gravado numa fita ADAT. Pra começar o som do computador é uma "sequência matemática" que nós da como resultado final o que escutamos e numa fita ADAT é algo mais natural, pois ela grava o que você está escutando (atire a primeira pedra quem nunca passou por isso: o som que você escuta quando chega no computador não é o mesmo que você ouviu)

segunda-feira, 20 de junho de 2011

PRODUÇÃO: Seu estilo está pronto para o mercado?

O mercado da música é uma coisa muito engraçada. Na verdade, a gente nunca sabe direito o que está acontecendo. De experiência própria: quando comecei com banda o mercado era dominado pelo axé e pelo pagode, depois mudou para rock e pop de novo, depois mudou para o funk carioca, depois mudou novamente para o rock (porém tão choroso quanto um sertanejo) e depois mudou para o sertanejo universitário. Antes que um monte de gente de plantão reclame, o Brasil é um "país rural" ou seja, demorou demais até para o sertanejo assumir o controle total do mercado. Claro que o sertanejo só foi maquiado nessa história de "universitário" só para dizer que até quem faz faculdade o curte (engraçado que isso não ficou tão diferente nas cidades do interior) pois o mesmo de certa forma era descriminado (eu me lembro que era uma gozação geral da cara de quem curtia sertanejo) mas enquanto isso está alta, a coisa que fica pensando é quem a bola da vez?
Pra mim o mercado foi dominado por "artistas produzidos musicalmente" ou seja, quem anda por cima de tudo são os produtores que produzem e oferecem aos empresários o produto e os mesmo decidem se ele irá caber ou não mercado. Um artista produzido pode ser até um grande músico estudado, mas prefere poupar seu conhecimento para ouvir o que o produtor tem a dizer. Isso não é para "causar depressão em ninguém" é pra você abrir a cabeça para o que está por vir.

Um público fiel
Nós também vivemos numa época em que muita gente só ganha dinheiro com shows e direitos (quando pagam corretamente) de músicas executadas pelo ECAD e o maior motivo disso é a pirataria. Quando o artista lança seu novo trabalho muitas vezes antes do lançamento oficial já está na internet (queria saber como acontece isso). Para evitar isso alguns países como a França tomaram "atitudes radicais" como proibir qualquer reprodução de músicas e download bloqueando o "IP" de quem disponibiliza os arquivos (pra quem não sabe a primeira dama da França Carla Bruni é uma cantora famosa, daí já dá para ver a "jogada política") e muitos artistas independentes que tinham sites com suas músicas para baixar foram vetados (por não estarem com uma gravadora) e possivelmente migraram para o My Space.
Enquanto no Brasil o maior recorde de vendas de um CD original artista em 2010 foi divido entre Luan Santa e Ivete Sangalo, pouco coisa se divulga que a música Gospel vendeu muito mais que qualquer outro estilo no ano passado.

Pra começar, o Gospel envolve vários estilos: pop, rock, reagge, soul, sertanejo, etc...E o público é dedicado e fiel por isso prefere comprar CDs originais do que baixar ou comprar a cópia num camelo e isso é um grande reconhecimento para o músico que dá duro em compor e gravar seus louvores a Deus!Eu acho isso uma maravilha pois muito bonito ver tanta dedicação!
Um estilo também que vende muitos CDs originais são os metaleiros. Apesar de hoje em dia o mercado andar em baixa, o pessoal que curte "rock pesado" anda na contra-mão da pirataria justamente por um motivo: qualidade. Segundo a revista "Cover Guitarra" esse público além de saber que a qualidade técnica do CD/DVD é melhor que uma cópia, gosta de ver as letras, fotos, detalhes da produção que o material original oferece. Nessa mesma linha segue o público de Jazz, pois seguem essa tendência

Sem uma boa ideia nem o produtor mais famoso pode conseguir te lançar no mercado

Uma vez eu vi uma sátira da revista MAD mostrando que o produtor musical era mais famoso que o artista que produzia. Isso pode acontecer em alguns casos. Como dito antes, a maioria dos produtores são músicos que além de conhecer música estão por dentro do mercado. De vez em quando no twitter de alguns produtores famosos que sigo vejo as pessoas dizendo: escute meu trabalho!(como se o mesmo pudesse se encantar e levar a pessoa para a fama). Mas para, até o melhor trabalho (talvez se for algo que ele achar divino) a resposta é mesma: gostei e é tanto ($$$) para produzir. O músico que achar que a vida é como no filme "The Wonders" vai ficar decepcionado, porém o músico que enxergou a chance, sai atrás de patrocínio para bancar o CD. Porém se você está fazendo o mesmo que todo mundo faz, quais as chances de sucesso? Muitas vezes você faz um estilo de música e acha que o público não vai gostar por ser uma coisa que chega a beirar no "experimental" na verdade é o que vai virar a nova tendência do mercado e isso aconteceu com muita gente. Tudo que é diferente chama a atenção do mercado, pois o público "inconscientemente" gosta de novos sons a prova disso como disse um amigo meu que "muitos estilos são um lixo, mas chamaram atenção do mercado por serem diferentes e muitas vezes é isso que o produtor/empresário/gravadora procura.

A todos ótima semana!!!

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Gravação, mixagem e masterização: quando aplicamos errado os efeitos

SALVE!!!
Muitas vezes temos uma idéia na cabeça... Que efeito nós queremos que o som faça....Porém quando não sabemos algumas coisas (do tipo equalização, frequencias, cálculo de delay, cálculo de velocidade em hertz, decay) podemos ao invés de fazer um efeito, fazer uma coisa "estranha" pois muitas vezes, só o ouvido não serve. O que vou passar agora, é apenas alguns "efeitos" que são os mais usados em instrumentos, VSTi e Midi para "incrementar o som" ou seja: Reverb, Delay, Chorus (não vou falar do compressor, pois o mesmo está relacionado a volume) que ao mesmo tempo pode dar um "calor" na sua música, pode também "acabar" com a mesma!

Reverb
O mais famoso dos efeitos também é que nós faz cair mais em tentação!

Na gravação: não é aconselhado de forma nenhuma quando se usa captação de ambiente (por exemplo voz, guitarra e violão), porém quando fazemos em "linha" podemos nos arriscar colocar o mesmo desde que você saiba o que faz. Por exemplo: casar o reverb da guitarra com o da caixa, casar o reverb do piano com o do violão. Se acaso você estiver usando um VSTi ou uma Midi, procure escutar se esse o som que você quer, pois possivelmente depois você vai ter que casar com os outros reverb que aparecerem.

Na mixagem: a maior tentação de todas: a ambiência "não casa" e tentamos despesesperadamente apelar para o reverb para tudo fechar!Muitas vezes um plugin chamado "ambience" (que simula ambientes) pode resolver isso do que um reverb. Se você tiver usando uma placa de som "não profissional" vá dosando aos poucos! Pois as mesmas processam matematicamente os efeitos em atraso (como se não houvessem ganho e isso tira qualidade do som) e escute bem a ambiência nos fones de ouvidos (que devem ser bons). O melhor aqui é usar o "bom senso" ou seja, casar certas pistas com o mesmo reverb do que passar em tudo que a direito...

Na masterização: reverb no master é uma coisa muito "particular" alguns usam, outros não. A verdade que muitas vezes é melhor você não usar nada de reverb na gravação e na mixagem e deixar para o master. Porém isso é uma caso a parte. O ser humano ouve demais entre 200 Hz e 4 kHz, por isso muitas vezes podemos botar apenas o reverb nessa faixa ou ainda mais reverb na faixa de "brilho" (2 - 6 kHz), porém essa uma decisão "muito" particular.

Delay
Subistituto do reverb, criador de camada, e resolve desafinações (porém pode causar desafinação também)

Na gravação: o delay é o melhor reforçador de som que inventaram. Basta você criar um com 30 ms e zero de feedback e de cara você já tem um "pseudo estéreo", porém como o reverb pode ser acrescentado na mixagem. Dependendo do caso, você já pode grava-lo direto sem problemas, desde que ele corresponda o que você tem em mente. Por exemplo, gravar um vocal com um delay de 250 ms no canal esquerdo e 50 ms no canal esquerdo (a 120 bmp) cria aqueles efeitos que ouvimos nos vocais de hard rock dos anos 80. Já com uso de VSTi/Midi é o cria aqueles "efeitos" marcantes da música eletrônica (juntamente com uso do chorus) porém como reverb ele tem um cuidado: se você não souber pelo menos chegar perto do "tempo" da música com delay, seu instrumento vai soar "desafinado" no campo estéreo.

Na mixagem:dificilmente alguém não se rende a "tentação do delay". Seja para reforçar o som criar "camadas" nas guitarras e voz. Dificilmente um som de "sintetizador" (MIDI ou VSTi) não possue delay, pois ele é responsavel por "dobrar o som". Como na gravação, você deverá ter os mesmos cuidados pois ele vaz o que já foi dito antes:se você não souber pelo menos chegar perto do "tempo" da música com delay, seu instrumento vai soar "desafinado" no campo estéreo.

Na masterização: dificilmente ele é usado na mixagem, porém existem "técnicas em delay estereo" que usam para "pulsar a música" ou "enquadrar a mesma no campo estéreo". Particularmente nunca fiz, mas quem quiser tentar (ou ouvir) é só fazer o seguinte:

1)Pegue um plugin de delay estereo e logo depois dele um plugin de stereo analyser.

2)Se a música tiver em 120 bmp, coloque 250 ms no lado direito (isso fará o som ficar em colcheia) e depois 125 (o som ficará em semicolcheia e sem nenhum feedback!

3)Vá zere a função dry/mix e vá aumentando aos poucos até sentir o som ficr grande.

4)Você deve ajustar o delay até que o analyser informe que o som está dentro do campo estéreo, como a figura abaixo:

repare o que estamos fazendo "aqui" é só substituir um plugin de "stereo enhancer".
um link muito legal!!! aqui o site "Whipin Post" oferece além de mostrar o tempo em bmp do delay também mostra o tempo em hertz, podendo por exemplo, ajustar ou atrasar efeitos como reverb, chorus, flanger, compressor no tempo da música!

Chorus
O chorus foi um dos primeiros efeitos inventados, derivou muitos outros chamados de "modulação" como trêmolo, phaser e flanger. Sua função é criar um "corô" no som, aumentado o som com uso de polifonia (número de vozes num som.

Gravação: o chorus apesar de ser mais antigo, o chorus começou a ser usado mais nas gravações a partir de 1981, onde nas guitarras/violão/baixo deixou as notas mais definidas e na voz deixou a mesma mais audível. Não há problemas em usar ele na gravação pois ele é um efeito que "criamos" e não faz "alterações de som" (tipo afinar ou desafinar). Ele é ensencial nos sintetizadores, pois as modulações sonoras (serra, fita, triangular, onda) parte dele. Sons grandes depende dele também.

Mixagem: basicamente a mesma coisa que na gravação. Pode ser interessante colocar em pistas como xipo, caixa, baixo ou até mesmo bumbo, para dar uma "cor" diferente na sessão do ritmo.

Masterização: nunca ouvi falar em usar esse efeito aqui. Alguém já usou? Provavelmente! Lembre-se que em música vale tudo!


Mais sobre efeitos: consultar resultadosno blog.

Ótimas gravações!!!

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Produção: Muitas vezes o melhor é relaxar

O complicado de ser músico/engenheiro de som/produtor numa paulada só é que muitas vezes tudo cai nas costas de uma pessoa só e principalmente quando você está gravando a si mesmo.A gente não termina nem o primeiro processo que é criar e já vai pensando nos próximos processos! Isso é comum, acontece com a maioria das pessoas e principalmente aquelas que além da música tem que trabalhar em outra coisa já que muitas vezes tocar na noite, gravar ou produzir não dá muito retorno antes de fixar o seu nome no mercado.
Ontem eu comecei a fazer uma nova mixagem. Mas qual a diferença dela em relação as outras que eu fiz? Dessa vez estou mais relaxado. Pra começar enchi o "saco" de ficar cortando com isso com aquilo, decidi deixar o som mais "natural" para ver o que acontece quando aumentar tudo no master. E antes de começar a fazer esse mixagem fiquei um mês sem mixar nada, só estudando e só gravando.
No meu estúdio, primeiramente resolvi além de mudar o computador também aterrar tudo, o que está tornando o som bem mais limpo. A única coisa que me deu um "baque psicológico" foi ter queimado minha pequena e eficiente M-Audio fast track (usava ela mais como processador de efeitos)e tive que voltar a usar novamente em excesso a V-Amp2. Ontem de noite consegui gravar um solo bem legal numa música que há tempos já pedia um solo desse tipo que em breve pretendo publicar e só consegui isso porque estava bem relaxado (olha que fazia 3 dias que não tocava guitarra). Quem puder olhar hoje a postagem no meu outro blog vai ver que escrevi uma postagem sobre porque sempre ficamos pensando o que as pessoas acham de nós. Os músicos que já vi vencer na vida tinham 3 coisas em comum: auto-estima, estudo e eram pessoas bem relaxadas!

Pense nisso!!!


Abraços!!!

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Gravação: Fazendo um "estéreo a la KH" parte 2

Salve!!! Pra terminar a semana, vou mostrar a você a segunda parte de como faço um "estéreo a la KH" Aqui dessa vez, vou explicar como ele funciona numa pista. Na minha nova música "Mulher Perfeição" criei várias camadas de guitarras com esse tipo de estéreo, por isso vou explicar como fiz isso usando como exemplo a DAW Sonar (na verdade eu fiz com outra menos popular) as linhas da guitarra. A partir desse exemplo você pode criar qualquer em qualquer outra linha. Uma coisa que faço muito na voz não é usar efeitos, é fazer isso gravando ela em vários ambientes em várias pistas e depois deixar tudo "largo como um coral". Você perde um pouco de campo estéreo, mas evita o uso excessivo de efeitos como "auto tune".

Lembrando, que vou seguir esse esquema abaixo (que você deve ter visto na primeira postagem):









Siga a figura abaixo (clique para ampliar)





















1)Guitarra gravada no canal esquerdo.
Essa guitarra foi gravada vindo direto do processador de efeito (no caso a Vamp2). Os ajustes do som foram fornecidos direto do mesmo.

2)Guitarra gravada no canal direito.
Essa guitarra foi gravada vindo direto da saída amplificador (no o Fender) sem nenhum efeito e com equalização "flat" (zerado).

3)Na guitarra 1 No caso de colocar um plugin aqui se precisar, cabe a você determinar o que quer pois essa pista já está "pré gravada" com efeitos (a menos que seja um som seco também) por isso muito cuidado! Um efeito em cima do outro o som tende a "embolar"!
Já na guitarra 2 como o som está completamente "seco" você coloca o que quiser nele! Por exemplo, se você fez uma linha "rock" pode acrescentar um simulação de amplificador, se você fez um linha funk, pode adicionar aqui um efeito do tipo "phaser", se você linha clássica, pode acrescentar aqui um "delay", enfim o que sua imaginação quiser!

4)No AUX/Master Buss cabe decidir o que você quer fazer. Uma dica: aqui você pode colocar algo que "aqueça" o som como um compressor ou ainda, um "stereo enhancer".


Como evitar "conflito de fases"
Você precisará de um stereo analyser (um analisador de campo estéreo) para medir o balanço dos dois canais monos. Como eles já estão com uma correlação positiva (um pra esquerda e outro pra direita) é mais fácil de ajustar, pois não há invasão de posicionamento de "pan" como acontece quando temos duas pistas completamente estéreo. Uma dica: se o som estiver no meio do analisador como se fosse "uma bola oval" está na fase! Porém não se esqueça que podemos fazer estéreo radical nessas pistas (todo para esquerda ou todo para direita) e depois ajustar todo o som no master.

Engordando o som.
Como você tem "duas pistas" iguais em mono você pode engordar o som! Como? Colando efeitos diferentes nelas. Faça um teste: coloque um reverb na pista esquerda e um chorus na pista direita. Coloque cada um para seu lado e crie um Aux/master buss. Grave outras 2 pistas usando o mesmo processo, coloque cada um para seu lado e crie um novo Aux/master buss. Após isso, coloque qual som você quer para esquerda ou para direita. Outra maneira de fazer isso é deixar as duas nos centro com efeitos diferente e ir "dosando" o volume dos mesmos (deixar a pista principal em evidência).

Abraços!!! Ótimo fim de semana!!!