sábado, 25 de dezembro de 2010

Gravação: além do MP3

Salve!!! Você já deve ter lido por aí sobre os formatos de áudio digital que uma DAW trabalha. Nunca comentei nada sobre isso antes, porém ultimamente como ando falando muito disso, hoje também vou explicar o que é nenhuma novidade, apenas darei uma explicação mais simples e detalhada e com isso aproveito para falar um pouco das gravações de CD e downloads de mp3 pela internet. Falarei apenas dos 3 formatos mais usados.

1)Formato WAV (Waveform Áudio)
O formato WAV foi criado pela Microsoft para o uso de computadores que usam o sistema operacional Windows. Esse 2º mais popular formato de áudio (o 1º lógico é o MP3).Sua criação coincide com a criação do CD (pois esse é o formato gravado dentro do mesmo) e sua codificação é em PCM (Pulse Code Modulation) compressado e isso quer dizer que toda informação de um CD de áudio é limitado em 44 kHz em dois canais por segundo e 16 bits por sample. Numa gravação Wave ela sempre mantém a realidade do que está sendo gravado, ou seja não a uma redução dos harmônicos. Porém devido a não ter um “valor real” dos hertz acima de 44 kHz muitas vezes, deixa a desejar. Quase não há diferença entre uma gravação em 44 kHz e outra em 48 kHz por exemplo. Já com sample (16 ou 24 bits) não acontece isso.

2)Formato AIFF (Áudio Interchange File Format)
Já que a Microsoft criou o WAV para o PC, a Apple criou o AIFF, para computadores Amiga e Machintosh foi criado o AIFF. Muitos engenheiros de som alegam que esse formato é melhor que porque os dados PCM não é compressado. O AIFF não é usado para ser colocado em CD e porém é o formato básico do iTUNE (cujo proporciona um som melhor que o CD).

3)MP3 (Mpeg Áudio Layer 3)
Em 1995 o Moving Picture Experts Group (MPEG) decidiu fazer uma “compilação de áudio” visando a perda mínima de “dados de Áudio”. A explicação é simples: quanto menor o valor dos Hertz e dos Bits, mais o áudio se torna fraco. O resultado foi o formato MP3, que ao invés de usar o PCM usava KBPs (Kbytes per second) o que uma arquivo de áudio no formato WAV de 50 MB ou de AIFF de 90 MB caber apenas num arquivo de 10 MB ou menos dependendo quanto tempo (em minutos) tem a música.

O começo da história
Essa história iniciou perto de 1997 quando houve um “boom” na internet pelo mundo todo e quando o Napster começou suas atividades. Como a MP3 fazia com que um CD de 720 MB coubesse em apenas 60 MB e a disponibilizarão de conversores de WAV para MP3, o que houve foi uma “avalanche de discos” em MP3 disponíveis gratuitamente na internet. Daí o resto vocês sabem, até hoje as gravadoras lutam contra o compartilhamento das músicas.

MP3 vs CD original
Dizer que uma MP3 não tem diferença de uma WAV ou AIFF é a mesma coisa que dizer um Ford Explorer é igual a uma Mitsubishi Pagero. Podem se parecidas por fora, mas por dentro são veículos totalmente diferentes! Para usuário comum quase não há nenhuma diferença entre o som de um CD original e uma MP3, porém se um arquivo que tem 64 MB e vira para um de menos 3 MB, lógico que algo acontece. A primeira coisa é a perda de harmônicos que são responsáveis por fazerem a música soar na freqüência correta, em seguida vem o acréscimo de vários ruídos “brancos” e por último a perda da qualidade de som. Como falei anteriormente, é quase imperceptível mas se você colocar num bom aparelho de som um CD Original contra sua copia em MP3 notará de cara as diferenças de som.

Quando a MP3 sai melhor do que um arquivo WAV/AIFF
Apesar de tudo isso, existe em muitos CDs originais com trilhas e efeitos que foram conseguidos por “acidente” em conversões de WAV/AIFF para MP3.
Para as gravadoras e produtoras a MP3 foi outra mão na roda, pois a troca de trilhas, playbacks, material pronto se tornou muito mais rápido. Porém havia com a perda de qualidade de áudio começou acontecer outro fenômeno: a correção de excesso. Devido a conversão dos arquivos, muito excesso de compressão, ruídos, harmônicos começaram sem querer a serem corrigidos, por isso a MP3 se tornou uma opção considerável para aqueles erros de áudio incomodativos.

A vez dos desconhecidos
Contudo, a MP3 nos deu a oportunidade de conhecer músicos fantásticos graças ao inúmeros sites de música independentes que abrigam. Você já se perguntou quanto artistas famosos saíram desse tipo de site? Além disso a MP3 nos favoreceu uma troca muito mais rápida de arquivos de áudio facilitando demais as trocas de informações.

Será que o CD original compensa?
Um lado negativo que a MP3 trouxe para os artista desconhecidos foi justamente se vale a pena ou não investir num CD. Mas fazer um calculo: 10 músicas, a R$20,00 a hora de estúdio e mais R$10,00 a hora de mixagem (em valores baixos) sendo que foi demorado uma semana para gravar e mais uma semana para mixar. Vamos aos valores:
20 (a hora) x 168 horas (uma semana) + 10 (a hora) x 168 horas (uma semana) = R$ 5.040,00. Para pagar isso fora a divulgação seria necessário vender 500 CDs a R$10,00 ou 250 a R$20,00. E que anda acontecendo? Como ninguém quer comprar o CD de alguém desconhecido o artista tem que vender o CD a R$5,00 e de cara dá um monte para as pessoas e isso porque muitas pessoas preferem que o mesmo fique disponível para download na internet. Por isso, muitos artistas estrangeiros ao invés de ir contra isso fizeram uma coisa bem simples. Em seus sites disponibilizaram metade do CD numa resolução “baixa” (tipo 22 kHz).Quem gosta do trabalho compra na hora o CD completo e tem dado ótimos resultados

MP3 e o Brasil
Porém, quando se fala isso a maior ladainha que se houve é que estrangeiro tem mais grana que o brasileiro. Os valores pago por CD original aqui são muitos altos que os pagos lá fora, além da carga que a gravadora coloca no mesmo, ainda há os impostos do governo. Está em estudo no congresso isenção de cds. Porém querem por enquanto reduzir apenas 4% o que é relativamente pouco. Talvez se os CDs e DVDs fossem realmente “isentos” o brasileiro passaria a comprar material orginal do que baixar sua cópia em MP3 na internet!

Abraços a todos!!
Ótimas gravações.

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