quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Masterização: e se você fazer tudo separado....

Salve! Hoje vou comentar um assunto que ocorreu na minha última sessão de gravação.
Quem grava em casa, sabe que não existe o luxo e o custo de ter uma equipe separada pra tudo, por isso trabalhamos no legítimo “se vira nos 30”. Porém existem processos que podem facilitar nossa vida seja o tipo de gravação que você anda fazendo.
Pra começar, não preciso comentar que em gravação tudo soa maravilhosamente bem separado e estranho tudo junto, que uma gravação difere da outra dependendo o equipamento usado, que a mixagem pode deixar o som compreensível ou acabar com mesmo, sobre guerras de frequência, enfim, tudo isso tem que ter um resultado final: a masterização seja de uma música ou de várias músicas.

Porém a história na minha sessão foi o seguinte:
Eu gravei tudo como manda o figurino: primeiro os instrumentos, depois a voz, depois comecei a mixagem. Porém consegui resolver todos os conflitos dos instrumentos e mesmo assim não conseguia encaixar a voz direita nos mesmo. Aqui resolvi fazer um “master direto” ou seja, mixar e masterizar pelo próprio arquivo (uns dizem que é bom e outros não porque precisa entregar o trabalho meio logo. Porém nada ficava certo no final.
No master da minha DAW encadeei os seguintes plugins:

Equalizador Paramétrico -> Compressor Multibanda - > Limiter

O resultado é que a seção de instrumentos estava ótima e a voz uma bosta.
Daí resolvi fazer um master normal, mas também não deu certo. O fato aqui é que eu não estava acertando ambiente entre os instrumentos e a voz. A maioria dos engenheiros tem suas “particularidades” em colocar tudo no mesmo ambiente. Alguns são radicais ao ponto de colocar reverb em tudo ou reverb em nada, outros colocam a voz no mesmo ambiente da bateria ou da sessão rítmica (teclados e guitarra) porém pra quem grava em casa ainda irá sofrer com o pesadelo chamado “tiny box”.

Tiny Box

O efeito chamado “caixa pequena” (tiny box) ocorre em ambientes muitos fechados (como quartos, banheiros, armários) e geralmente cortam as frequências abaixo de 120 Hz. O resultado é que para a maioria dos instrumentos que utilizam frequência “médios graves” será ótimo, mas geralmente para voz não é uma boa opção. O problema todo, é que o microfone + ambiente cria um ”reverb bem desagradável” cujo puxa as frequências médias e abafa as graves, difícil de solucionar. A voz realmente parece estar dentro de uma “caixa” e adição de efeitos nelas só piora. A única maneira de resolver isso infelizmente é reposicionar o microfone e gravar novamente. A falta de freqüências de 100 Hz a 50 Hz naturalmente na voz, pode deixar a mesma fraca entre 200 – 300 Hz. A maioria dos engenheiros, removem na voz tudo abaixo de 100 Hz, quando há certeza que a mesma não está em um Tiny Box, porque isso pode acontecer em aquários mal planejados.

Master e volume

Cabe você decidir a melhor maneira de fazer sua masterização. As sugestões que dou são:

1)Tente gravar direto da mixagem para o CD e compare o volume e as frequências com uma música comercial.

2)Caso não esteja de acordo, faça um arquivo de áudio da música e tente masterizar com plugins.

3) Se não conseguir faça um arquivo de áudio de todos os Buss separadamente e tente masterizar.

4)Se houver conflitos entre a voz e os instrumentos, tente fazer um arquivo de instrumentos e outro de voz e após isso tente masterizar.

Lembre-se: a masterização não é um processo obrigatório quando gravamos uma música. Quando fazemos um CD e queremos deixar todas as músicas no mesmo no volume daí somos obrigados a masterizar cada música para ficar com o mesmo volume.
Uma diferença crucial entre sua gravação e gravação de um grande estúdio é que em um home studio tudo é mais “brilhoso” e as comerciais são mais “fechadas”. Não há problema nenhum nisso, porém vale a dica para diferenciar as qualidades das gravações.

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